Começa reforma na Biblioteca Mario de Andrade, na Capital

O governador José Serra compareceu na manhã desta segunda-feira, 16, ao evento de assinatura de contrato para reforma da Mário de Andrade, uma das mais importantes bibliotecas brasileiras, situada no centro da Capital. A primeira etapa das obras, com valor estimado de R$ 13 milhões, tem financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

“Não estamos mais no começo do começo. Hoje estamos no fim do começo. O começo da mudança, da recuperação desta biblioteca”, disse Serra, que começou a freqüentar a Mario de Andrade em 1956. O motivo do avanço? “Conseguimos vencer a barreira dos projetos e da burocracia”, explicou o governador.

Nessa primeira etapa, estão previstas intervenções de recuperação e modernização estrutural do edifício, impermeabilização de lajes e cobertura, restauração da fachada e do mobiliário, além da retirada de grades para integrar a biblioteca à Praça Dom José Gaspar. A previsão é de que a conclusão das obras ocorra em outubro de 2008.

A segunda fase da revitalização da Mario de Andrade prevê sua ampliação com a incorporação de um prédio anexo, a antiga cede do Ipesp (Instituto de Previdência do Estado de São Paulo), situada na Rua Bráulio Gomes. Para tanto, em fevereiro de 2006, quando ainda era prefeito da Capital, Serra firmou um acordo com o então governador Geraldo Alckmin pelo qual a prefeitura se comprometeu a ceder um prédio municipal em troca desse edifício.

O diretor da biblioteca, Luís Francisco Carvalho Filho, lembrou durante discurso que José Serra, ainda como prefeito, deu o ponta-pé inicial e assumiu o compromisso político de levar o projeto adiante. “A montanha começa a se mover. Por esse motivo o momento é de agradecimento”, disse Carvalho Filho.

Trata-se de uma ampliação mais do que bem-vinda. Fundada em 1925, a Biblioteca Mário de Andrade é uma das mais tradicionais instituições culturais do país e só perde em tamanho para a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Guarda um rico acervo que soma mais de 3,38 milhões de itens – são 350 mil volumes em livros e 11 mil títulos de periódicos. Figuram ainda no catálogo diversas obras raras, coleções de arte, mapas, postais e moedas. Mas há pelo menos 30 anos encontra-se com a capacidade de armazenamento esgotada.

As obras que devem começar em agosto, porém, não vão representar o fim da batalha, admitiu Serra. Segundo ele, há ainda que se cuidar do acervo. “Sem falar de novos métodos de uso de biblioteca, de informatização, enfim, de toda a modernidade para efeito de uso desta casa”, prosseguiu.

O prefeito da Capital, Gilberto Kassab, disse que, na medida em que a biblioteca é recuperada, recuperam-se os bons momentos da cultura paulista, paulistana e brasileira. “Investir em cultura e educação é investir no futuro de um país”, destacou o prefeito.

A solenidade contou com a presença do líder do governo na Assembléia Legislativa, o deputado estadual Barros Munhoz, o secretário municipal da cultura, Carlos Augusto Calil e o bibliófilo José Mindlin.

Manoel Schlindwein