Começa a 42ª edição do Festival de Campos do Jordão

De 1º a 24 de julho, evento acontece na cidade serrana e mais cinco municípios

sex, 01/07/2011 - 16h00 | Do Portal do Governo

A 42ª edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão vem repleta de novidades. De 1º a 24 de julho, a cidade serrana e mais cinco municípios paulistas conhecerão o que há de melhor em música erudita. Além disso, o festival aderiu à internet para selecionar seus bolsistas. “Os candidatos deveriam gravar um vídeo com o repertório que seria apresentado à banca examinadora e postá-lo no youtube”, explica Renato Bandel, coordenador artístico-pedagógico do Festival 2011.

Ele salienta que a utilização da ferramenta facilitou a vida dos interessados. “Recebemos vídeos de gente de todo o mundo (como da Holanda, Venezuela, Costa Rica, Uruguai, Estados Unidos, Alemanha ) e a banca examinadora pôde escolher o perfil mais adequado ao festival.” Candidatos estrangeiros e brasileiros residentes no exterior também puderam participar e não precisaram se deslocar até São Paulo para o exame.

A segunda novidade é a realização de uma pré-estreia do festival, na noite do dia 1º de julho, em São Paulo. No sábado, 2, ao meio-dia, será inaugurada a Concha Acústica, na Praça do Capivari. Antes, porém, do concerto de encerramento, no dia 24, o festival promoverá diversas apresentações da orquestra dos bolsistas em Piracicaba (dia 19), Jundiaí (20), Santos (22) e Santo André (23). “É uma maneira de preparar melhor os nossos bolsistas que ficaram ensaiando durante dias em Campos do Jordão. Ganha o estudante, ganha a cidade que irá receber o músico,” garante Bandel.

Diferentes estilos

A capital paulista recebe parte da programação. Serão seis concertos em São Paulo, quatro no Grande Auditório do Masp, um na Igreja São Luiz Gonzaga (Avenida Paulista) e o último na Sala São Paulo, onde ocorre o encerramento oficial do evento com a apresentação da orquestra do festival, no dia 24 de julho, às 17h.

Em Campos do Jordão, os concertos serão no Auditório Claudio Santoro, na capela do Palácio Boa Vista, na Praça do Capivari e nas igrejas São Benedito, matriz Santa Terezinha e Nossa Senhora da Saúde. A cidade serrana abriga 45 concertos no período do evento.

Com o tema Contrastes, o festival mostra as contraposições entre diferentes estilos musicais de uma mesma época ou diferentes fases musicais de um mesmo compositor.

A abertura solene do evento será no próximo dia 2, sábado, às 21h, no Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão, com o tradicional concerto da Osesp. Esta atração tem dupla participação do maestro, violista e violinista israelense Pinchas Zukerman, que rege a orquestra e também é solista em noite de repertório dedicado a Beethoven (abertura de As criaturas de Prometeu, op. 43, Sinfonia n. 1, op. 21, em dó maior, e Concerto para violino e orquestra, op. 61, em ré maior).

A direção artístico-pedagógica do festival elegeu o tema Contrastes. “O público poderá ouvir obras que marcam a transição de períodos estilísticos dentro da história da música ocidental. Será possível apreciar obras de diferentes períodos de um mesmo compositor, como Stravinsky, de quem o festival apresenta Petrushka (1911), Sagração da primavera (1913) e A história do soldado (1918), Octeto (1923), uma das composições inaugurais de seu período neoclássico”, informa Paulo Zuhen, diretor artístico-pedagógico do festival.

Música ocidental

“Será uma festa voltada para a apreciação do valor da diversidade na música ocidental”, avalia Zuhen. Ainda no campo da programação, o festival traz algumas novidades. Trilhas sonoras de estrondosos sucessos de bilheteria de Hollywood compõem o concerto da Orquestra de Ribeirão Preto.

A música popular marca presença, com a apresentação de peças de Paquito D’Rivera e Astor Piazzolla pelo quinteto norte-americano Imani Winds, um dos mais celebrados conjuntos de sopro da atualidade. O convite especial aceito por Paulo e Daniel Jobim para realizar o programa em homenagem aos dez anos da Orquestra Jovem Tom Jobim no festival promete um momento especial, em concerto que alia Bachianas n. 4 de Villa-Lobos e canções queridas dos fãs de Tom Jobim na Praça do Capivari.

Para aproximar o público da ópera, na Praça do Capivari, o festival traz o gênero de volta à sua programação, depois de dois anos. O grupo de alunos e professores do curso de Formação avançada ópera estúdio da Emesp Tom Jobim apresenta récita em formato pocket de A flauta mágica, última ópera composta por Mozart.

O programa pedagógico tem destaque na proposta artística: artistas que vão a Campos do Jordão na qualidade de músicos residentes, alguns dos quais estão entre os melhores do mundo, apresentam grandes programas, cheios de contrastes, nos concertos de câmara, muitas vezes ao lado dos próprios bolsistas, que depois formam a Orquestra do festival. O grupo Arditti Quartet incluirá em seu programa de concerto a obra de um jovem compositor brasileiro. Além disso, praticamente todos os artistas convidados ministram master classes, oficinas ou palestras para os bolsistas, com livre acesso a ouvintes.

Responsabilidade social

De 11 a 16 de julho, o festival promove quatro iniciativas de perfil sociocultural na cidade de Campos do Jordão: Iniciação musical para crianças, adolescentes e jovens, o curso de extensão Música na escola, em parceria com a Unesp, para professores da rede pública, a série de oficinas de aperfeiçoamento profissional para artistas locais. E, ainda, apresentações de artistas e bolsistas do festival em instituições sociais.

As atividades serão conduzidas por profissionais das áreas pedagógica, social, de produção e de desenvolvimento institucional da Santa Marcelina Cultura, com a expertise do programa Guri e da Emesp Tom Jobim.

A série de oficinas de aperfeiçoamento profissional visa a valorizar a comunidade, os profissionais da área de cultura e os grupos musicais de Campos do Jordão. As oficinas serão divididas em dois blocos: um voltado para o aperfeiçoamento musical, e outro para o desenvolvimento de competências ligadas à área de projetos, organização e produção de eventos musicais.

Artistas e bolsistas do programa pedagógico visitarão asilos e casas de saúde para realizar mais concertos. “É uma forma de retribuir aos jordanenses a hospitalidade e generosidade que eles deram ao festival durante esses 42 anos,” finaliza Badel.

Da Agência Imprensa Oficial