Com empresas juniores, alunos de graduação da Unicamp aprendem a administrar negócios

No mundo competitivo não basta o profissional conhecer seu ofício. Tem de saber também administrar, liderar pessoas e projetos, ter bom relacionamento e trabalhar por um país melhor. É esta […]

qua, 20/06/2007 - 11h06 | Do Portal do Governo

No mundo competitivo não basta o profissional conhecer seu ofício. Tem de saber também administrar, liderar pessoas e projetos, ter bom relacionamento e trabalhar por um país melhor. É esta a filosofia que norteia o Programa de Empresas Juniores da Universidade de Campinas (Unicamp), que desde 1990 ensina os alunos a cuidar de um negócio. São 18 núcleos desse tipo instalados nas faculdades correspondentes.

As EJs, formadas por estudantes, são divididas em departamentos à semelhança de como qualquer outra corporação: administrativo, projetos, recursos humanos e marketing. O aluno inicia sua “carreira” como trainee e ascende profissionalmente. O presidente, eleito pelo conselho da EJ, tem um ano de gestão.

Para repercutir ainda mais a idéia, os integrantes do programa criaram recentemente o Núcleo das Empresas Juniores da Unicamp. Para a presidência, escolheram Mariana Curvello de Azevedo, responsável pelo Grupo de Estudos em Engenharia de Alimentos, a primeira das empresas instaladas.

Mariana é entusiasta da causa. “As EJs são dos alunos. Aqui aprendemos filosofia empresarial, formação de pessoas para o mercado profissional e as etapas de um projeto. Procuramos oferecer serviços a pequenos e micro empresários, por valores baixos, mas também atendemos companhias de grande porte, se formos contatados”, explica Mariana, aluna do terceiro ano de Engenharia de Alimentos.

Um dos diretores do núcleo, Rafael Coelho, da EJ Consultoria, Projetos e Estudos em Computação (Conpec), assegura que a idéia encontrou eco na Unicamp. “Embora disseminada no Brasil, foi aqui que se fixou com maior força e é modelo para outras universidades”, diz Rafael, que trocou Salvador (BA) por Campinas (SP) para cursar Engenharia da Computação.

Rafael informa que entre 25 e 29 de julho será realizado o Encontro Nacional de Empresas Juniores, com a presença de estudantes de todo o País. O evento, no ITM Expo, em São Paulo, comemorará 15 anos de trabalho. O site do encontro (www.enej15anos.com.br) foi idealizado pela Conpec.

Licor e tempero – Criado em 1990, o Grupo de Estudos e Pesquisa em Engenharia de Alimentos (Gepea) faz consultoria e projetos para a indústria alimentícia e de bebidas. Sessenta alunos trabalham na EJ, comandados pela presidente Mariana. Cuidam da formulação do produto, planejam equipamentos e calculam custos de produção. Tudo com uma mãozinha dos professores e dos equipamentos, matérias-primas e laboratórios da faculdade.

Entre os trabalhos do Gepea, Mariana destaca o licor de banana elaborado para um fabricante de Iguape, o qual já exporta o produto. A novidade é a formulação de um tempero pronto, para a empresa Vida Alimentos, de São Paulo. A linha, chamada Piatto d’Oro, estará nas prateleiras dos supermercados este mês.

Chega de tortura – A 3E (Estudos Eletroeletrônicos), vinculada à Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, atua em eletrônica analógica/digital, automação e sistemas de controle, instalações elétricas, aplicações Web, softwares para automação e tecnologia de redes.

Seu presidente, Alexandre Yamamoto, informa que há três projetos na prancheta, um deles bastante curioso. Uma indústria solicitou um filtro elétrico para reduzir o barulho do aparelho utilizado pelos dentistas – aquele motorzinho que é a “tortura” de toda pessoa que trata dos dentes. Com Alexandre, trabalham Andrei Belfiglio e Evandro Nalim. A 3E presta serviços a algumas gigantes do setor, mais especificamente a Siemens e a Eriksson.

Ao lado da 3E está a Conpec, ligada ao curso de Engenharia da Computação, em que estuda e trabalha o baiano Rafael, do núcleo das EJs, e o presidente Vinicius Campanha Sartorio, que informa ter sete projetos em elaboração. Um deles é o banco de dados de DNA para a Faculdade de Medicina da Unicamp.

A Conpec divide seu trabalho em cinco etapas: contato zero (pedido do cliente), análise (viabilidade do projeto), desenvolvimento (execução do serviço), implantação (cliente recebe o projeto feito) e garantia (início comercial do produto ou serviço).

Leia também:

Conta-gotas, lentes e pomada

Grupo das 18 EJs com sites

 

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial