Coletiva de Serra na abertura do mutirão da saúde

A coletiva aconteceu em São Paulo, no Hospital Dante Pazzanese, em 14 de abril de 2007.

seg, 16/04/2007 - 17h05 | Do Portal do Governo

José Serra: Eu vim assistir hoje a uma parte do nosso mutirão, aqui no Dante Pazzanese, que é talvez o hospital de cardiologia mais completo de São Paulo, é um hospital modelo para nós, que inclusive está tendo mais ampliações. Está funcionando bem. Eu já vi algumas mulheres que chegaram hoje e vão ser operadas, elas vão fazer a operação de varizes. Houve um aumento das cirurgias no fim de semana e espero que esteja indo tudo bem pelo resto do estado. São 100 mil atendimentos previstos, tanto para consultas como para cirurgias. As consultas são de ultra-som, glicemia, colesterol, endoscopia, raio-X, aqui também temos a Ecocardiologia.  

Luiz Roberto Barradas Barata (Secretário de Estado da Saúde): O primeiro balanço é que até às 11h serão atendidas 40 mil pessoas.  

Repórter: O objetivo principal do mutirão é atender as pessoas que precisam fazer esses exames mais complexos?

Serra: Basicamente diminuir as filas, o que tem acumulado. Mobiliza-se todo o sistema. Esse mutirão foi só para as unidades estaduais, para os hospitais estaduais, não envolveu municípios, nem filantropias. Por exemplo, no caso da mamografia que vamos fazer por mutirão, aí sim, além dos hospitais estaduais, vamos incluir os municipais e os filantrópicos, como as Santas Casa. Então, é um mutirão ( o de sábado, 14) restrito às unidades estaduais. Aliás, o diretor estava me dizendo que este é um dos únicos hospitais do mundo a ter escada rolante, porque a pessoa cardíaca, às vezes, não pode subir escada.  

Barradas: O ambulatório que está sendo construído também vai ter uma escada rolante.  

Serra: Esta daqui é um tipo de saúde pública que dá certo. 

Repórter: Essa parte aqui é nova?

Serra: É nova. Foi inaugurada no ano passado.  

Repórter: Governador, saiu uma matéria no O Estado de S. Paulo falando que o senhor não estaria empenhado na questão da CPI da Nossa Caixa, que seria problemática para o ex-governador Geraldo Alckmin. Como o senhor vê essa situação?

Serra: Intriga. A CPI é um assunto da Assembléia Legislativa, o Executivo não interfere nisso. Apenas isso. Essa era a posição do Alckmin, que é a mesma que a minha. Nós somos companheiros, não há o menor problema entre nós. Pelo contrário.  

Repórter: Quer dizer que não há um problema pessoal ou do governo?

Serra: Nós somos companheiros, nos damos muito bem. O resto é fofoca. 

Repórter: Governador,  qual é a sua posição a respeito do projeto de Reforma Tributária que o governo quer enviar agora, unificando o ICMS em torno de um IVA e modificando (…)

Serra: Eu tenho que ver o projeto, eu ainda não conheço. Por enquanto tem conversas, mas matéria de Reforma Tributária tem que ter o projeto direto para ver.  

Repórter: E qual seria a posição de São Paulo em relação a esse assunto?

Serra: É muito difícil resumir, nós vamos a favor sempre que efetivamente o sistema contemple também os impostos federais, o combate à guerra fiscal, que é outra questão essencial e uma simplificação tributária em termos gerais. Agora, o que eu estou lhe dizendo é um enunciado geral, projetos de Reforma Tributária a gente tem que olhar no detalhe, porque é aí que pode estar o problema.  

Repórter: Por exemplo, na cobrança na origem e no destino, existe alguma…

Serra: Nós somos a favor de que na origem sejam cobrados 4%, que não seja 0%. Porque quando o ICMS for para o destino, a arrecadação do estado que receber a mercadoria para ser cobrada no destino, ela será feita no estado de origem. Se a alíquota no estado de origem for 0%, é possível que você tenha um afrouxamento na arrecadação. Então tem que abaixar bastante a alíquota, é quase um destino, tem que abaixar um pouco, e manter um certo nível, para dar um estímulo à arrecadação. Por outro lado, uma mudança dessa natureza implica que não haja mais guerra fiscal. Porque no caso de São Paulo, nós concordamos em levar o ICMS ao destino, mas sempre que haja outras medidas que não sejam propriamente compensatórias, mas de justiça em matéria fiscal e tributária.  

Repórter: Existiria algum percentual para o destino? Já existe algum consenso, alguma hipótese do percentual que seria cobrado no destino?

Serra: Eu acabei de falar. 

Repórter: São 4% na origem e no destino?

Serra: A diferença. 

Repórter: Governador, com relação aqueles projetos que o governo de São Paulo, em parceria com a prefeitura, está mandando para Brasília um total de R$ 2,1 bilhões. Como é que está sendo o diálogo do senhor com o presidente Lula?

Serra: Nós não falamos recentemente sobre isso. A ministra (da Casa Civil) Dilma Rousseff pediu os projetos e nós enviamos. Os secretários levaram, explicaram e estamos aguardando.  

Repórter: Ontem foi tratado um termo de parceria republicana nesse caso. Estão sendo feito de que forma essas parcerias?

Serra: Por enquanto nós fomos chamados e apresentamos os projetos, agora resta ver como vai caminhar isso no governo federal.  

Repórter: O senhor acha que vai dar tudo certo?

Serra: Eu espero que sim.  

Leia outras entrevistas de José Serra