Cláudio Lembo dá início as obras do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas

Custo total do empreendimento está orçado em R$ 3,5 bilhões

ter, 19/09/2006 - 13h42 | Do Portal do Governo

O governador Cláudio Lembo deu início nesta terça-feira, dia 19, as obras de construção do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas.

O evento, que contou com a presença do secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes, foi realizado no trevo da Via Anchieta, na altura do Km 26, local onde será iniciada a primeira frente de trabalho.

Na seqüência serão iniciados os serviços em outros sete pontos – trevo do Trecho Oeste com a rodovia Régis Bittencourt, passagens das estradas de Itapecerica da Serra e de Parelheiros, pontes das represas de Guarapiranga e Billings, trevo da rodovia dos Imigrantes e conexão da avenida Papa João XXIII, em Mauá. Os pontos serão priorizados em função da complexidade das obras, que consumirão 48 meses para serem concluídas.

“O custo total do empreendimento está orçado em R$ 3,5 bilhões, incluindo a construção da rodovia, desapropriações, reassentamentos e compensações ambientais. A obra física está avaliada em R$ 2,5 bilhões”, informou o governador.

O Trecho Sul vai facilitar o transporte e o escoamento de cargas entre o Brasil Central e o Porto de Santos e será importante elo econômico para a incorporação deste porto ao sistema de logística de transportes de todo o Estado e do Brasil.

Com 57 quilômetros de extensão, o Trecho Sul vai interligar o Trecho Oeste – com 32 quilômetros entregues ao tráfego em outubro de 2002 – às rodovias dos Imigrantes, Anchieta e ao município de Mauá. Ao projeto foi adicionada uma ligação viária de 4,4 quilômetros até a avenida Papa João XXIII, em Mauá, que será duplicada para receber o tráfego proveniente do Rodoanel. Com a futura extensão da avenida Jacu-Pêssego, essa ligação vai facilitar a chegada à Zona Leste de São Paulo, às rodovias Ayrton Senna e Dutra, bem como ao Aeroporto Internacional de Cumbica.

Benefícios ao tráfego

Com a conclusão do Trecho Sul estima-se a redução de 37% do volume de veículos de carga na avenida dos Bandeirantes e de 43% na Marginal Pinheiros, reduzindo os congestionamentos nestes corredores.

No médio prazo, associado à ferrovia, o Trecho Sul poderá viabilizar a construção de Centros Logísticos Integrados, contribuindo para a implantação da intermodalidade de transportes no Estado de São Paulo e otimizando as condições para a coleta e distribuição de cargas na Região Metropolitana. Em seu conjunto, tais benefícios representam indução da atividade econômica, incremento da capacidade competitiva da economia paulista, aumento do emprego e melhoria da qualidade de vida para grande parte da população paulista que reside na RMSP.

Cuidados ambientais

Seu traçado foi escolhido buscando minimizar os possíveis impactos e contribuir para a recuperação das áreas de mananciais. O projeto foi desenvolvido utilizando técnicas avançadas de engenharia que garantem a segurança dos usuários, a redução de acidentes e um balanço ambiental positivo.

Com as obras serão suprimidos, aproximadamente, 212 hectares de vegetação. A previsão da Dersa é de um plantio compensatório de 1.016 hectares de árvores nativas da região além da criação dos novos parques da Várzea do Embu-Mirim, Jaceguava, Itaim, Varginha e Bororé e também a revitalização do Parque do Pedroso e a preservação da margem do reservatório do Rio Grande.

A este acréscimo de replantio para ligar formações florestais isoladas somam-se, no total, cerca de 3.600 hectares de áreas verdes recuperadas ou criadas. Estas áreas serão revitalizadas e protegidas e, posteriormente entregues às autoridades cabíveis para manutenção e administração.

Travessia das represas

Para causar o menor impacto nas travessias das represas de Guarapiranga e Billings, a Dersa tomou o cuidado de cruzar os mananciais em seus pontos mais estreitos e utilizar recursos naturais já existentes como base de apoio para as pontes do Trecho Sul.

Na represa de Guarapiranga, a única travessia pela água ocorre no ponto mais estreito e tem apenas 90 metros de comprimento. Além disso, como medida de segurança, a rodovia estará localizada a 13 quilômetros de distância do centro de captação de águas da Sabesp.

Já na travessia da represa Billings uma ilha foi escolhida como base para apoiar os pilares da ponte. Foi a melhor solução encontrada pela Dersa porque, se a ilha não existisse, seria necessário construir várias bases dentro da própria represa. Normalmente, a distância entre os pilares é, em média, de 40 metros. Nesse caso foi aumentada para 100 metros. Essa solução será adotada, apesar de elevar os custos dessa ponte para quatro vezes mais. Em compensação, a interferência da obra terá menor impacto na represa Billings.