Cientistas pesquisam droga contra a leishmaniose

Estudo realizado em São Paulo segue com sucesso nos testes

qua, 29/04/2009 - 20h00 | Do Portal do Governo

Estudo realizado por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, revelou que um medicamento genérico utilizado como vasodilatador para pacientes com isquemia cerebral (redução do fluxo sanguíneo no cérebro) apresenta potente atividade contra o parasita causador da leishmaniose.

O estudo do Adolf Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde, teve apoio da Fapesp na modalidade Auxílio à Pesquisa. De acordo com o coordenador do projeto, André Tempone, é uma doença típica de regiões de baixa renda, não despertando o interesse da indústria para desenvolvimento de novos remédios. Ele explica, ainda, que o único medicamente desenvolvido e testado especialmente para a leishmaniose é o antimônio, descoberto em 1912 pelo brasileiro Gaspar Vianna – aluno do sanitarista Oswaldo Cruz.

“Muitos pacientes chegam a morrer em decorrência da medicação. Por isso, a necessidade do desenvolvimento de novos fármacos é tão urgente”, explica Tempone.

A pesquisa da rede estadual de saúde foi publicada na revista especializada Parasitology Research, mostrando que, em ensaios in vitro, a nimodipina (substância inibidora dos canais de cálcio) teve ação quatro vezes mais efetiva contra a leishmaniose visceral que o glucantime – fármaco-padrão utilizado atualmente para o tratamento. A leishmaniose visceral é a forma da doença que leva à morte.

Da Agência Fapesp