Cientistas de SP desenvolvem teste para diagnosticar hepatite C viral

Em parceria com empresa do Canadá, iniciativa de empresa incubada na cidade de Ribeirão Preto tem apoio da Fapesp

qua, 24/10/2018 - 10h12 | Do Portal do Governo

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do National Research Council Canada (NRC), a DGLab, empresa incubada no Supera Parque de Inovação Tecnológica de Ribeirão Preto, e a companhia canadense Custom Biologics, de Toronto, desenvolvem um teste de ácido nucleico simples e de baixo custo para o diagnóstico da hepatite C viral.

Vale destacar que a proposta da parceria foi selecionada em um edital das duas instituições. A startup brasileira receberá auxílio por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp, enquanto a iniciativa canadense terá recursos de um programa de inovação internacional do país da América do Norte.

“A ação possibilitará que as empresas desenvolvam um exame para a hepatite C rápido e eficaz, em termos de custo. Serão usadas amostras de sangue”, explica o diretor-executivo da Custom Biologics, Daniel Mamelak.

Resultados

Por meio do apoio da Fapesp e do NRC, a expectativa é demonstrar que o teste é mais fácil de ser executado, gera resultados em um período mais curto e a um custo menor do que as metodologias atuais, de modo a se transformar em rotina de saúde pública.

Além disso, a eficácia da plataforma diagnóstica será testada com a utilização de amostras clínicas do Instituto Adolfo Lutz (IAL), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, que opera como Laboratório Central de Saúde Pública, atuando nas áreas de Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Ambiental na prevenção, controle e eliminação de doenças.

O Brasil será o primeiro mercado global a testar e validar a tecnologia inovadora. “A DGLab domina a metodologia de coleta de sangue em papel filtro e armazenamento em cartão”, explica Daniel Blasioli Dentillo, sócio da startup brasileira, que surgiu em 2014, quando ele concluiu o pós-doutorado na Faculdade de Medicina da Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (USP). A ideia era criar uma empresa para desenvolver inovação em diagnóstico envolvendo genética.

Amostras

É importante frisar que o projeto aprovado pela Fapesp tinha a proposta do teste de conceito de um método diagnóstico barato para hepatite B que integrasse desde o armazenamento do sangue coletado pelo próprio paciente e o transporte de amostras em cartões até o exame do material para a identificação e quantificação de ácido nucleico, uma espécie de marcador da doença.

A iniciativa, concluída em maio de 2017, também teve apoio da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, do Hospital de Clínicas da USP e do Instituto Adolfo Lutz, que forneceram as amostras e os equipamentos para a realização de exames.

O acordo de propriedade intelectual já firmado entre as duas empresas engloba a realização de testes para o vírus da hepatite C. “O projeto termina em 2020. No entanto, a intenção é de estendermos a parceira para outros projetos”, acrescenta Daniel Blasioli Dentillo.