Um projeto de pesquisadores da Universidade de São Paulo, campus de Ribeirão Preto, revelou que a fauna de riachos e cabeceiras de rios da bacia do alto Paraná é muito maior do que se supunha. Só em três quilômetros de pequenos cursos d´água foram encontradas dez novas espécies. O trabalho já colheu 58 espécies em 30 trechos de riachos paulistas. Em toda a área pesquisada, já foram contadas 71 espécies.
O levantamento está sendo financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, sob a coordenação do professor Ricardo Macedo Correa e Castro, do Laboratório de Ictiologia do Departamento de Zoologia de Vertebrados da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. O pesquisador também coordenou um diagnóstico da biodiversidade paulista de vertebrados (incluindo peixes) do Programa Biota-FAPESP. Mais de 30 mil exemplares já foram colhidos por sua equipe para formação de um núcleo no futuro Museu de História Natural daquela faculdade.
A escolha do tipo de região para o levantamento foi feita porque cerca de metade das espécies sul-americanas de peixes pequenos de água doce vive em riachos. São espécies menos estudadas e sua sobrevivência depende de fatores ambientais aos quais se adaptaram ao longo de milhões de anos. Esse ambiente rico e complexo tem sido brutalmente alterado. Atualmente, São Paulo possui apenas 8% a 9% de sua vegetação original, a maior parte na Serra do Mar. O estudo também poderá dar boas pistas sobre a evolução das espécies e produzirá um grande banco de dados que estará disponível na Internet para ser usada por professores, ambientalistas, estudantes e público em geral.
