Ciência e Tecnologia: Profissionais do IPT recebem prêmio internacional pelo lançamento de tecnologi

Pesquisa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado desenvolve nova liga de alumínio que reduz custo na fabricação dos cabeçotes de motores auto

qua, 11/10/2000 - 10h03 | Do Portal do Governo

Nova liga de alumínio reduz custo na fabricação dos cabeçotes de motores automotivos

Profissionais do IPT e da Ford Brasil recebem na próxima terça-feira, dia 17, o ‘Prêmio Henry Ford de Tecnologia’, na sede da Ford em Deaborn, Estados Unidos da América. A premiação do IPT refere-se a uma nova liga de alumínio para cabeçote de motor automotivo, que permitiu reduzir o custo de fabricação. A Ford Brasil estima uma economia da ordem de US$ 4,9 milhões, em três anos, com o barateamento da liga e por não precisar investir em equipamento para tratamento térmico.

Nos motores modernos, as solicitações mecânicas sobre os cabeçotes são cada vez mais elevadas. Por isso tornou-se necessária uma etapa de tratamento térmico no processo de fabricação dessas peças, como forma de elevar a resistência mecânica dos cabeçotes fabricados de ligas de alumínio.

O novo processo dispensa o tratamento térmico na fabricação da liga, mantendo as características de resistência e durabilidade exigidas, só que a um custo bem menor. Os responsáveis são engenheiros do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo – e da Ford Brasil que desenvolveram num período de seis meses, entre 1998 e 99, uma liga metálica à base de alumínio para fabricação de cabeçotes que equipam motores Zetec RoCam nas versões 1.0 e 1.6. A tecnologia da nova liga tem patente conjunta IPT/Ford e poderá ser negociada com outras empresas a partir do final de 2001.

Segundo o pesquisador Ricardo Fuoco, da Divisão de Metalurgia do IPT, o segredo está na combinação dos elementos da liga magnésio/cobre. ‘O projeto teve três etapas: na primeira, aperfeiçoamos a liga até atingir a resistência mecânica exigida sem o tratamento térmico; na segunda testamos suas propriedades e adequação ao processo de fabricação; na terceira fundimos protótipos de cabeçotes para teste de desempenho e obtivemos resultados muito próximos ao das ligas que tiveram tratamento térmico. Em conseqüência destes resultados, a Ford reativou a unidade de fundição de ligas de alumínio em Taubaté para produção dos cabeçotes, gerando cerca de 50 empregos diretos. Desde o início de 1999, cabeçotes com a nova liga metálica estão em uso nos motores da montadora’, informa Fuoco.

O potencial do desenvolvimento é enorme. ‘Se considerarmos – calcula Fuoco – apenas o mercado brasileiro, onde as montadoras instaladas produzem cerca de 1,5 milhão de carros por ano, levando-se em conta que cada cabeçote pesa em média 10 quilos e a economia com a nova liga é da ordem de US$ 0,50 por quilo, os ganhos anuais seriam de aproximadamente US$ 7,5 milhões por ano’.