Cidade de Botucatu recebe simpósio sobre direito reprodutivo

Evento teve participação de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e alunos

qui, 02/08/2018 - 17h33 | Do Portal do Governo

Nos dias 20 e 21 de julho, o simpósio “Cuidando da Mulher: Violência e Direito Reprodutivo” reuniu profissionais e estudantes da área no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O evento foi organizado pelo Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Botucatu.

Participaram da iniciativa médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, além de alunos de graduação de diversos cursos. A promoção da ação coube ao Núcleo de Eventos Científicos do Departamento de Gestão de Atividades Acadêmicas, vinculado ao HC.

No primeiro dia, a médica pediatra e professora da FMB Joelma Gonçalves Martin, que atua junto ao serviço de Vítimas de Violência Sexual, ministrou uma palestra. “No Brasil, uma a cada quatro mulheres já sofreu violência em algum momento da vida e uma a cada quatro jovens sofre violência sexual antes dos 18 anos”, explica.

“Em 2005, foi implantado o protocolo de atendimento às vítimas de violência sexual aqui no HC. A centralização do atendimento desses casos é a melhor maneira de minimizar o sofrimento destas pacientes. Recebemos, em média, 76 casos por ano, a maioria deles de meninas em torno dos dez anos”, acrescenta.

Direitos

Já Melania Maria Ramos de Amorim, a professora da Universidade Federal de Campina Grande, da Paraíba, e da pós-graduação do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, realizou uma conferência sobre os direitos reprodutivos da mulher. “Nos países mais restritivos, 31% dos abortos são totalmente inseguros, o que leva a diversos problemas e, muitas vezes, à morte da paciente”, avalia.

O coordenador-geral do Núcleo de Bioética do HC, Reinaldo Ayer de Oliveira, afirmou que é direito da mulher discutir sobre os próprios direitos reprodutivos. “Muitas mulheres vêm sendo perseguidas por lutarem por essa causa. Em nome da Sociedade Brasileira de Bioética, a discussão desse tema deve ser retirada da esfera política e passar ao debate na esfera da saúde. Repudiamos veementemente toda e qualquer ameaça sofrida por pessoas que lutem pelos seus direitos”, declara.

Vale destacar que o HC oferece atendimento especializado às vítimas de violência sexual e reúne diversos profissionais da área da saúde, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, além de contar com o apoio, quando necessário, da Delegacia da Mulher, do Instituto Médico Legal, Conselho Tutelar, Ministério Público e da Guarda Municipal.

“Nossa equipe se dispõe a cuidar dessas vítimas e buscamos sempre aprimorar nossas habilidades para atendê-las da melhor maneira possível. Eventos como este são muito importantes para nós, pois podemos mostrar nosso trabalho a todo hospital e incentivar o aluno a se preparar para essas situações”, diz Cristiane Chiloff, gerente multiprofissional do serviço de Vítimas de Violência Sexual.