Cidadania: Surfe cai nas graças das garotas

As amigas Karla, Nycole e Juliane adoram pegar onda

ter, 25/03/2008 - 8h46 | Do Portal do Governo

Durante muito tempo, o surfe foi considerado território masculino. Hoje, a situação se inverteu. No Projeto Educando na Água, quase metade dos alunos inscritos é formada por garotas. As amigas Karla Ferreira (16), Nycole Nunes (14) e Juliane Costa (16) adoram pegar onda. “Soubemos do projeto por meio de colegas. Assim que as inscrições abriram, resolvemos fazer. É muito gostoso e queremos até participar de competições”, afirmam em coro. A prancha preferida das meninas é a pranchinha.

Os familiares das jovens aprovam a idéia. “Meu pai também quer aprender a surfar, mas é uma pena, pois o projeto só contempla pessoas até 18 anos. Quando falei da iniciativa, ele veio comigo até aqui e fez minha inscrição. Agora é só dar um tempo para deixar de ser jaca, diz Nycole, que surfa há três semanas.

Alex Costa concluiu o curso de arbitragem promovido durante o 4º Santos Surf Festival, nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro, pelo juiz-chefe da ASP South America e ex-presidente da Federação Paulista de Juízes de Surf, Sérgio Gadelha. Para Alex, que era juiz da Federação Paulista de Bodyboarding, os painéis abordados reciclaram tudo o que ele já havia aprendido e ainda ensinaram muito mais. “Foi oportuno para sanar muitas dúvidas sobre julgamento, regras e condições de interferências. A técnica do surfe e do longboard é bem diferente da do bodyboard, mas a essência do critério é a mesma”, declara o mais novo árbitro de surfe da Baixada Santista.

Quem também ganha com a experiência acumulada de Alex são os alunos do Educando na Água. “Agora posso esclarecer diversas dúvidas dos jovens com muito mais propriedade”, finaliza o instrutor. 

Retorno à sociedade – “Aprendi muito com o esporte e com o projeto, consigo reverter todos os benefícios para os meus alunos”, analisa Danisk. Atualmente, ele é surfista profissional e divide sua carreira em cinco segmentos: competição para eventos de pranchinha, para eventos de iongboard, para a prática do tow-in, para o free surf (modalidade não competitiva, que oferece as condições ideais para a preparação de matérias para veículos especializados) e como professor de surfe. Embora Daniks esteja sempre atuando em todos os segmentos, é no free surf que o atleta se destaca. A imagem que os surfistas chamam de big rider foi conquistada com muito sacrifício e dedicação, ao longo de 12 temporadas havaianas e duas em Mavericks (Califórnia), além de um faro especial para tubos. Daniks foi campeão paulista universitário e, recentemente, campeão brasileiro como chefe de equipe. Já passou uma temporada de seis meses na Califórnia. Teve uma carreira completa como amador, subindo cada degrau até atingir o profissionalismo, tendo sido, inclusive, campeão brasileiro open e vice-campeão mundial amador por equipe, o que lhe confere o status de excelente competidor. 

SERVIÇO

Inscrições no Projeto Educando na Água são gratuitas e feitas no próprio local das aulas, exclusivamente para moradores de São Vicente Praia de Itararé, quiosque 13-A – São Vicente – SP.

Interessados devem apresentar cópias do RG ou CPF, comprovante de residência, atestado médico, matrícula escolar, documento assinado pela diretoria da escola de ensino fundamental ou médio atestando freqüência, boas notas e boa conduta disciplinar.

Duas fotos 3×4 e formulário de dados pessoais preenchido e assinado pelos pais ou responsável. É obrigatório estar estudando. 

Os jargões do surfe 

Big wave – Ondas gigantes 

Bodyboard – Dropar altas ondas em uma prancha bem menor e mais flexível que a do surfe, proporcionando manobras radicais e muita adrenalina. Esse é o bodyboard, um esporte reconhecido em todo o mundo e que vem tendo grande crescimento a cada ano. O número de praticantes também tem aumentado e a indústria do bodyboard é uma das maiores do esporte. Atualmente, o bodyboard conta com mais de 1 milhão de praticante em todo o mundo. O Brasil é uma das maiores potências no esporte e já consagrou diversos campeões mundiais, entre eles o hexacampeão mundial, Guilherme Tâmega. No feminino, dominou o Circuito Mundial de Bodyboard de 1988 a 2004. 

Bros – Diminutivo de brother, expressão usada no cumprimento de surfistas ou amigos próximos. (Fala brother!) 

Dropar ondas – Descer a onda da crista até a base 

Free surf – Modalidade não competitiva, que oferece as condições ideais para a preparação de matérias para veículos especializados 

Jaca – Surfista que fica horas para pegar uma onda e, quando consegue, leva um caldo 

Longboard – Modalidade de surfe realizada com pranchas grandes 

Morra – Onda grande, gigante 

Pegar onda – Surfar 

Prego – Surfista que não sabe pegar onda muito bem 

Rip – Estar no rip é estar em forma 

Tomar caldo – Quando um surfista cai da prancha Maria Lúcia Zanelli

Da Agência Imprensa Oficial