Cicloativistas defendem oferta de bicicletas no Metrô

Até o fim de setembro, o Metrô concluirá a primeira fase do programa que incentiva o uso de bicicletas.

qui, 04/09/2008 - 12h21 | Do Portal do Governo

Até o fim deste mês, o Metrô concluirá a primeira fase do programa que incentiva o uso de bicicletas. Para saber o que pensam os usuários, o Metrô ouviu a opinião de dois cicloativistas.

O conhecido cicloativista e responsável pelo site www.ciclobr.com.br, André Pasqualini defende a oferta de bicicletas nas estações metroviárias. Pasqualini apóia o incentivo ao uso da bicicleta e o respeito às leis de trânsito, a despeito da falta de ciclovias. “O mundo não acaba em ciclovias, pois elas terminam e o ciclista continua pedalando”, afirma. “Os técnicos recomendam a implantação das ciclovias em vias com velocidade permitida acima de 70 km por hora. Abaixo disso, são usadas as ciclofaixas e em vias com velocidade inferior a 30 km por hora o que deve prevalecer é o convívio harmônico entre motorizados e bicicletas”, explica.

O também cicloativista Toni Nogueira, que já foi de São Paulo a Salvador de bicicleta e utiliza o veículo para se deslocar de casa ao trabalho, diariamente, está convicto de que as bicicletas do Metrô representam “um novo espaço de cidadania, na cidade. O Metrô está sendo pioneiro e precisa ser incentivados pela sociedade a continuar esse trabalho”.

Dados levantados por André Pasqualini contrariam a tese de que andar nas regiões centrais da cidade é mais perigoso. Pasqualini cita um levantamento da CET, de 2006, onde 4,8% das mortes de ciclistas ocorreram no centro. “A maioria dos óbitos ocorre em vias de trânsito rápido e em locais mais afastados”, aponta.

De acordo com Pasqualini, a instalação de bicicletários nas estações da CPTM e do Metrô é de fundamental importância. “Se tiver um local seguro, você deixa a bicicleta na estação e vai trabalhar. Sem dúvida é um ponto positivo”. A principal questão para o cicloativista é a falta de respeito dos motoristas e a não-aplicação da legislação prevista no Código de Trânsito Brasileiro.

Estímulo

Até o fim de setembro, o Metrô concluirá a primeira fase do programa que incentiva o uso de bicicletas. Serão disponibilizados para os usuários sete novos bicicletários e oito pára-ciclos (estruturas para acorrentar bicicletas), além do serviço de empréstimo de bicicleta. Para viabilizar a ação, o Metrô firmou parceria com o Instituto Parada Vital, que promove o uso da bicicleta para lazer e como meio de transporte alternativo.

A exemplo do que ocorre em Paris, uma das cidades pioneiras na implantação desse sistema, o usuário receberá bicicleta, capacete e cadeado, podendo devolvê-los em qualquer bicicletário do sistema até as 20 horas do dia da retirada. Os primeiros 30 minutos serão gratuitos. Após esse período, serão cobrados R$ 2,00 por hora e diária de R$ 50,00. Inicialmente, serão 80 bicicletas, distribuídas em oito bicicletários. Para utilizar o serviço, o interessado deverá preencher cadastro, assinar um Termo de Responsabilidade e apresentar o cartão de crédito.

Além do empréstimo de bike, essa fase do programa contará com oito bicicletários, que juntos oferecerão 350 vagas: sete novos mais a unidade Vila Guilhermina-Esperança que opera desde abril de 2007 e conta com 100 vagas. Os bicicletários de Corinthians-Itaquera e Carrão já estão prontos e também oferecem 100 vagas cada um. Cinco outras unidades serão implantadas nas estações Vila Mariana, Paraíso e Sé (Linha 1-Azul); Anhangabaú e Marechal Deodoro (Linha 3-Vermelha), com 10 vagas para acomodação de bikes em cada unidade.

Os pára-ciclos serão instalados em oito estações, com 20 vagas por unidade: Jabaquara (Linha 1-Azul); Belém, Penha, Vila Matilde, Artur Alvim (Linha 3-Vermelha); Capão Redondo, Campo Limpo e Vila das Belezas (Linha 5-Lilás).

O uso dos bicicletários e dos pára-ciclos é gratuito e a operação dos dois serviços de responsabilidade do Instituto Parada Vital, que conta com o apoio da Companhia Porto Seguro. No caso dos bicicletários, é necessário cadastrar-se apresentando um documento com foto. Uma etiqueta numerada de identificação será afixada na bicicleta e ele receberá um cartão de controle contendo a mesma numeração. Já os usuários dos pára-ciclos deverão levar cadeado e corrente próprios para imobilizarem a bike.

A segunda fase do projeto deverá instalar bicicletários em mais sete estações: Liberdade, São Bento e Tiradentes (Linha 1-Azul); Sumaré (Linha-2); Santa Cecília, Brás e Palmeira-Barra Funda (Linha 3-Vermelha).

Do Metrô

 

(M.S.)