Chá minimiza os efeitos colaterais de medicamento

Pesquisa da Unicamp mostra que planta demonstrou potencial para reduzir os efeitos colaterais do medicamento ciclosporina

sáb, 23/06/2007 - 7h01 | Do Portal do Governo

A planta popularmente conhecida como nó-de-cachorro (Heteropterys aphrodisiaca), abundante no cerrado da região centro-oeste do país, demonstrou potencial para reduzir os efeitos colaterais do medicamento ciclosporina. Os testes foram feitos em ratos. Segundo a autora da pesquisa, a bióloga Juliana Castro Monteiro, a ciclosporina é fundamental no tratamento de doenças auto-imunes. É também indicada, regularmente, para indivíduos submetidos a transplante de órgãos.

O problema, no entanto, é que a droga possui reações adversas, dentre elas, danos ao sistema reprodutor masculino, mais especificamente ao epitélio germinativo – responsável pela produção dos espermatozóides ou gametas masculinos –, e às células de Leydig – produtoras de testosterona. Esses efeitos podem levar o paciente à infertilidade.

A pesquisadora, que foi orientada pela professora Mary Anne Heidi Dolder, do Departamento de Biologia Celular, do Instituto de Biologia da Unicamp (IB), explicou que a planta é conhecida pelas propriedades afrodisíacas e estimulantes. A comprovação científica foi feita por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A partir desta constatação, surgiu a idéia de se testar o chá de nó-de-cachorro em ratos, associado à ciclosporina, para tentar minimizar as reações ao medicamento. Os testes foram feitos em parceria com a UFV.

Os ratos ingeriram a associação do medicamento com o chá da raiz da planta nó-de-cachorro por 60 dias, período que corresponde ao ciclo reprodutivo dos animais, em diversas combinações. A formulação de maior significância resultou da associação simultânea dos dois componentes. Segundo Juliana, a questão é complexa e demanda outros estudos mais aprofundados, pois as descobertas suscitaram outros questionamentos. Mas, já se sabe, pelas análises de morfometria testicular e microscopia eletrônica de transmissão, que o chá da planta protege o epitélio germinativo e as células de Leydig.

Do Portal da Unicamp

(R.A.)