A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) instalará, no próximo sábado (31), Dia ‘D’ estadual de combate a dengue, tendas com equipamentos de laboratório em três parques da capital, administrados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, para mostrar à população todo o ciclo de vida do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Por meio de microscópios, o público que freqüenta o Villa-Lobos (zona oeste), Horto Florestal (zona norte) e Zoológico (zona sul) poderá ver de perto os ovos, as larvas e o mosquito adulto. A ação nos parques é importante porque os locais recebem aos sábados cerca de 45 mil pessoas.
Para Elayse Hachich, gerente do Laboratório de Microbiologia da Cetesb, essa estratégia de impacto visual em parques tem bons resultados porque chama a atenção dos cidadãos. “A gente sensibiliza um número maior de pessoas e, conhecendo o ciclo do inseto, elas passam a ter uma consciência maior sobre a doença, ficam mais alertas sobre o perigo e tornam-se agentes multiplicadores, já que divulgarão os cuidados necessários para familiares e vizinhos”, explica. As imagens atraem especialmente a atenção das crianças que passam a cobrar dos pais a adoção de medidas preventivas.
Durante todo o dia os técnicos da Cetesb também distribuirão folhetos informativos e usarão banners para alertar os visitantes sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar a proliferação da doença. De acordo com o último balanço divulgado pela Secretaria da Saúde, foram registrados, no período de 1º de janeiro a 19 de março, 7.808 casos confirmados de dengue no Estado, número 24% inferior ao mesmo período de 2006, quando foram constatados 10.257 casos.
Ciclo de vida
Nas tendas da Cetesb os visitantes dos parques ficarão sabendo que os ovos do Aedes aegypti são depositados pelas fêmeas fora do meio líquido, próximo à superfície da água e ficam na parede interna dos recipientes. O período para desenvolvimento embrionário dura, em condições favoráveis, de 2 a 3 dias. As larvas têm grande mobilidade e alimentam-se de detritos orgânicos, bactérias, fungos e protozoários existentes na água. Em condições de temperatura entre 25º C e 29ºC e com boa oferta de alimentos essa fase dura de 5 a 10 dias.
Na última etapa do ciclo de vida, o mosquito já adulto alimenta-se de néctar e sucos vegetais. A fêmea, depois do acasalamento, necessita de sangue para maturação dos ovos. O intervalo entre a alimentação sangüínea e a oviposição varia de 2 a 3 dias. A duração de todo o ciclo, em condições favoráveis, é de aproximadamente 10 dias. O Aedes prolifera em recipientes artificiais, preferencialmente contendo água, como caixas d’água, vasos de planta, latas, garrafas, pneus, bebedouros de animais e fontes ornamentais, localizados no interior das residenciais ou em suas imediações.
Faz parte da campanha de esclarecimento também informar que a dengue é uma doença infecciosa aguda de curta duração, de gravidade variável, transmitida principalmente pelo Aedes aegypti infectado. Os casos surgem geralmente no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos. Os aspectos clínicos são: início súbito com febre intensa, dor de cabeça, dores fortes nos olhos e em toda a musculatura, nos ossos e nas juntas. Podem surgir erupções na pele. As formas mais graves da doença são as formas hemorrágicas: sangramento pelas gengivas, pele e intestino.
Caminhada contra a dengue
A Prefeitura de São Paulo vai promover no sábado, Dia “D” estadual de combate a dengue, uma caminhada nas ruas centrais da capital para alertar a população sobre a doença. Às 9 horas da manhã, os agentes e os profissionais da Coordenadoria de Vigilância em Saúde se concentram no marco zero da cidade, na Praça da Sé, onde haverá uma apresentação teatral. Em seguida, todos seguem em caminhada, acompanhados pela bateria da Escola de Samba Unidos de Vila Maria, pela Rua Direita, Praça do Patriarca, Largo do Café e encerram o ato no Largo São Francisco.
André Muniz
