Cetesb: Estudo mostra boa qualidade da água para o abastecimento público

Relatório da companhia tem como base informações coletadas em 338 pontos de amostragem de rios e lagos paulistas

qui, 30/03/2006 - 13h00 | Do Portal do Governo

O Índice de Qualidade de Águas para Abastecimento Público (IAP) manteve-se nas faixas de qualidade ótima, boa e regular (em torno de 76%) nos anos de 2004 e 2005. Essa é uma das conclusões do Relatório de Águas Interiores no Estado de São Paulo da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Os dados se referem ao acompanhamento da qualidade das águas dos principais rios e lagos paulistas, no ano passado.

O relatório, atualizado anualmente, fornece subsídio técnico para ações de controle e licenciamento ambiental. O material é também útil a empresas de saneamento, prefeituras e comitês de bacias hidrográficas na gestão dos recursos hídricos. A Cetesb avalia as condições de balneabilidade de 31 praias interiores.

O monitoramento da qualidade da água no Estado começou em 1978. Em 2005 havia 338 pontos de amostragem, aumento de 2,4% em relação a 2004 (329 pontos). Desses 338 locais de amostragem, 65 localizam-se em pontos de captação de água para abastecimento público. Um dos destaques, incluído no novo relatório, são os dados sobre mortandade de peixes e a distribuição das ocorrências por bacia hidrográfica.

Saneamento básico – No ano passado, houve 154 registros de mortandade de peixes e animais aquáticos. A maior parte ocorreu na região das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Em seguida, nas bacias dos Rios Sorocaba e Alto Paranapanema e dos Rios Grande e Turvo. O relatório mostra a evolução do índice de qualidade da água para a proteção da vida aquática (IVA) dos corpos d’água do Estado. Verifica-se que em 2005 as faixas de qualidade ótima, boa e regular totalizaram 57% – 1 ponto porcentual a mais que em 2004. Considerando-se as mesmas faixas de qualidade, os técnicos da Cetesb avaliam esse resultado positivo. Outro dado favorável é o relacionado ao porcentual de tratamento de esgoto no Estado: subiu de 39%, em 2004, para 40% em 2005. Por faixas de população, o maior porcentual é o da faixa de até 10 mil habitantes, nos quais se enquadram 327 cidades, com 61% de tratamento, seguido da faixa acima de 1 milhão de habitantes, que reúne apenas três municípios, com 52,6% de tratamento. O relatório confirma que a principal causa da poluição dos corpos d’água no Estado continua sendo o lançamento dos esgotos domésticos sem tratamento. Indica que ainda há carência do serviço de saneamento nas cidades.

Preservação – Na lista dos contaminantes detectados nas águas poluídas destacam-se os coliformes termotolerantes, o fósforo total, o oxigênio dissolvido, o DBO e os surfactantes, indicadores da presença dos esgotos não tratados. Nessa relação, o manganês, substância característica do solo, está em terceiro lugar. Isso indica a necessidade de maior proteção das matas ciliares para impedir a condução desse elemento aos leitos dos rios. Os últimos lugares da mesma lista, com porcentuais variantes entre zero e 6%, são ocupados por indicadores como mercúrio, sulfato e zinco, que mostram baixa contribuição da poluição industrial.

A conseqüência do lançamento de esgotos domésticos é o principal motivo de preocupação. Por isso, o relatório da Cetesb recomenda que as empresas de saneamento e municípios criem serviço de coleta, afastamento e estações de tratamento de esgotos para a manutenção de quantidade e qualidade da água como um recurso natural a ser preservado. O documento frisa ainda que a presença de toxicidade crônica e aguda em diversas unidades de gerenciamento de recursos hídricos, sem causa conhecida, aponta a necessidade de estudos específicos mais detalhados. Outra conclusão é a necessidade de preservação e a recuperação das matas ciliares, aliadas às práticas de conservação e ao manejo adequado do solo para o controle da erosão nas margens dos cursos d’água. Isso é necessário para evitar o assoreamento dos mananciais e reduzir os efeitos das enchentes.

SERVIÇO

Íntegra do Relatório de Águas Interiores no Estado de São Paulo está no site da Cetesb: www.cetesb.sp.gov.br

Da Assessoria de Imprensa da Cetesb