Cesta básica apura alta de 2,28% em maio, revela pesquisa

O grupo alimentação registrou a maior alta: 2,92%

qua, 13/06/2007 - 14h31 | Do Portal do Governo

O valor da cesta básica de maio apresentou alta de 2,28%, revela pesquisa da Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese. O preço médio da cesta, em 30 de abril, era R$ 216,01 e passou para R$ 220,93 em 31 de maio. O grupo alimentação registrou a maior alta: 2,92%.

Dentre os produtos que compõem o grupo alimentação, destacamos as maiores altas de preço, neste mês: a cebola – kg (35,77%), a batata – kg (22,37%), o feijão Carioquinha – pac. 1 kg (15,50%), o queijo Muzzarela fatiado – kg (13,81%) e a salsicha avulsa – kg (8,71%).

Dos 31 produtos pesquisados na variação mensal, 18 apresentaram alta, 7 diminuíram de preço e 6 permaneceram estáveis. Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 2,92%, Limpeza, 1,20% e Higiene Pessoal, -1,61%.

O recorde da cesta básica desde o Plano Real foi verificado em 29/05/05, quando o valor chegou a R$ 221,10.

A variação no ano é de 2,62% (base 28/12/06) e, nos últimos 12 meses, de 7,96% (base 31/05/06).

Os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras, etc.). As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra, seja para estimular a concorrência, para se destacar em algum segmento, ou simplesmente para “desovar” estoques através do rebaixamento temporário dos preços.

Neste mês a análise vai além dos produtos que influenciaram a variação do valor médio da cesta básica. O arroz (que apresentou ligeira alta de preço) e o frango (que, ao contrário, apresentou ligeira queda) são abordados neste relatório, por sua importância na mesa do consumidor.

Batata

A vulnerabilidade das plantações em relação às condições climáticas continuam determinando as variações. Segundo produtores, o clima quente e seco entre março e abril impediu o pleno desenvolvimento dos tubérculos e gerou menor produtividade.

O veranico (estiagem com dias de intenso calor e insolação durante a estação chuvosa) no Triângulo Mineiro/Alto do Paranaíba(MG) prejudicou o desenvolvimento das batatas, principalmente das roças não irrigadas.

O menor volume de batata ofertado em abril, aliado à maior demanda, decorrente da Semana Santa, elevaram as cotações. Com o início da safra das secas, espera-se um aumento da oferta.

Cebola

As alterações climáticas também estão interferindo diretamente no calendário de oferta da cebola. Neste ano, a colheita nas regiões de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Nordeste, que antes iniciava entre abril e maio, deve começar apenas em junho, concentrando a oferta nesse período.

Apesar da redução média de 20% na área de cultivo nessas regiões – por conta dos prejuízos da última safra – o preço pode cair no período de pico de oferta e inibir a rentabilidade dos produtores.

Alguns produtores do Paraná e de Santa Catarina planejam reduzir a área de cebola e migrar para outras culturas como o milho. Ao mesmo tempo, produtores de fumo estão mudando para a cebola, por conta da fraca demanda por tabaco na região. Mesmo com a migração de outros produtores para a cebolicultura, a expectativa da maior parte dos produtores sulistas é de redução de área.

A cebola continuou valorizada em maio, por causa da menor oferta, decorrente do atraso do calendário de colheita e do fim da comercialização da safra no sul.

Arroz e Feijão

O arroz e feijão, uma das mais tradicionais combinações da culinária brasileira, iniciou o ano chegando mais barata à mesa do consumidor. A queda de preço está relacionada ao aumento da oferta dos dois itens no mercado interno. No caso do arroz, a ocorrência de fortes chuvas nos primeiros meses do ano, contribuiu para o cultivo do produto. Além disso, aumentou a oferta do arroz importado no mercado interno. A valorização do real este ano facilitou a entrada do arroz argentino no Brasil.

Neste mês, os preços do feijão carioquinha e do arroz registraram alta na cesta básica, sendo que a variação do preço do feijão foi mais expressiva.

O alto volume de chuvas que ocorreu no sul de Santa Catarina, em março, ocasionou quebra na produção de feijão, que sofreu com a forte umidade e a alta temperatura. A pequena oferta e a boa procura (decorrente da recomposição dos estoques por parte dos empacotadores) mantiveram os preços do feijão carioca aquecidos.

O mercado de arroz permaneceu calmo nas principais praças de comercialização do País. Os preços não sofreram grandes alterações, pois o baixo interesse de compra do setor varejista não permite a valorização do cereal e a retração na oferta, por parte dos produtores, não possibilita a queda dos preços.

A oferta deve aumentar, tendo em vista que a colheita do arroz da safra catarinense se aproxima do final e mais de 95% das lavouras do ciclo normal já foram colhidas.

Leite

O preço do leite continua em elevação na pesquisa da cesta básica. Excesso de chuvas nas principais regiões produtoras, no início do ano, além de um aumento expressivo do preço internacional, foram fatores determinantes.

O mercado de lácteos segue favorável aos produtores, que têm recebido melhores preços pela matéria-prima.

A expectativa é de que os preços internos apresentem novas altas, decorrentes não apenas da produção nacional estar num momento de baixa (entressafra), mas também do fato de que, com os atuais preços praticados no mercado internacional e com a perspectiva que isto persista por um período mais longo, algumas empresas estão voltando a se interessar mais fortemente pelo mercado externo.

O efeito da alta nos preços do segmento de leites e derivados foi o principal fator de aceleração na elevação do IPC – FIPE na capital paulista, na terceira quadrissemana do mês.

O leite em pó integral acumulou alta de 11,98%, desde o início do ano na cesta básica. O queijo muzzarela fatiado acumulou alta de 18,53%.

Frango

Os preços do frango vivo e do abatido (resfriado e congelado) acumularam queda em abril e maio. Além da desaceleração das exportações no último mês, a produção brasileira aumentou em março, reforçando o excedente de oferta.

Da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania