CESP participa de estudo publicado em revista internacional sobre o peixe armado

O armado é um peixe que ocorria originalmente no trecho médio da bacia do rio Paraná, mas colonizou o Alto Paraná

sáb, 14/07/2007 - 9h03 | Do Portal do Governo

A revista científica internacional Ecology of Freshwater Fish está publicando um estudo abordando os movimentos migratórios do armado (Pterodoras granulosus) na bacia do rio Paraná que conta com a participação da Companhia Energética de São Paulo (CESP). O estudo foi desenvolvido, em cooperação, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná; US Geological Survey, unidade de pesquisa sobre pesca e vida selvagem do Mississipi; Itaipu Binacional; Entidad Binacional Yaciretá (Argentina) e pela CESP. O gerente da Divisão de Recuperação e Conservação de Ecossistemas da CESP, João Henrique Pinheiro Dias, é um dos co-autores do artigo. Constam da bibliografia dois relatórios da CESP: o de operação do elevador para peixes de Porto Primavera referente ao período 1999-2000 e o de operação de equipamentos de transposição de peixes da mesma usina, do período 2001-2002.

O armado é um peixe que ocorria originalmente no trecho médio da bacia do rio Paraná, mas colonizou o Alto Paraná, segmento a montante de Guaíra (PR), desde que o salto das Sete Quedas foi submerso pela formação do reservatório de Itaipu. Tornou-se uma das espécies mais importantes na pesca profissional dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Um total de 8.051 exemplares da espécie receberam marcas hidrostáticas, com mensagens para os pescadores, suturadas na região dorsal. Essas marcas, devolvidas por pescadores profissionais e amadores, que recebem brindes como capas de chuva, garrafas térmicas, lanternas e certificados de colaboração, permitiram analisar dados de 420 exemplares, número correspondente a 5,2% de recaptura. Os estudos apontaram que os peixes se deslocaram, em média, 50 quilômetros a montante e 27 quilômetros a jusante dos pontos de captura, com distâncias máximas de 215 quilômetros a montante e 150 quilômetros a jusante.

O tempo médio decorrido entre captura e recaptura foi de 216 dias, com taxas médias de deslocamento de 0,6 quilômetro por dia, sendo constatado um deslocamento máximo de 9,4 quilômetros por dia. Os padrões de movimento observados podem ser associados ao comportamento reprodutivo da espécie, que pode viver nos reservatórios, mas provavelmente desova nos afluentes ou em trechos de água corrente a montante. O estudo indica também uma preocupação com os riscos da dispersão do armado para reservatórios e rios onde essa espécie ainda não ocorre, o que poderia causar desequilíbrios ecológicos.

Do Departamento de Comunicação da CESP

(R.A.)