Centro Médico da PM completa 117 anos e investe em tecnologia

Perícia médica por meio de videoconferência, responsabilidade social e voluntariado fazem a diferença na rotina do hospital militar

sex, 02/10/2009 - 20h00 | Do Portal do Governo

Ao completar 117 anos no mês de setembro, o Centro Médico da Polícia Militar (C Med), localizado na capital paulista, está de olho no futuro. Perícia médica por videoconferência, sustentabilidade, digitalização de documentos e voluntariado são algumas ações adotadas na corrida rotina do hospital militar. “A missão do C Med é salvar a vida dos policiais que chegam feridos e cuidar para que tenham completa reabilitação. Aqui, realizamos ações sociais para melhorar o nosso entorno”, diz o tenente-coronel Antonio Yoshinori Hamada, médico-chefe do C Med. 

A função do hospital é prestar atendimento (quando necessário) aos 90 mil PMs do Estado na ativa e 46 mil aposentados, mas não tem estrutura para realizar partos. Para isso, firmou convênio com a maternidade do Hospital Cruz Azul, no Cambuci, onde as mulheres da corporação podem ter seus filhos. A qualificação profissional é outra mola-mestra da instituição. O Centro Médico conta com equipe médica (oficiais – de tenente a major-médico) com mestrado e doutorado completo em suas especializações. “Esse aperfeiçoamento faz a diferença”, ressalta o oficial Hamada. 

No Hospital da Polícia Militar trabalham 713 funcionários, dos quais 160 são médicos concursados, com experiência comprovada na sua especialidade. 

Os aprovados participam, durante dois meses, de aulas integrais na Academia do Barro Branco. Entram na corporação com a patente de segundo-tenente e, se quiserem, podem chegar ao posto de coronel. Os oficiais médicos estão habilitados para todos os procedimentos cirúrgicos: de policiais baleados a aqueles acometidos por doenças graves, como câncer, por exemplo. “Oferecemos o setor de oncologia com tratamento de quimioterapia”, diz o capitão-médico Francisco Miguel Correa, que trabalha há dez anos no C Med. Ele foi contratado (por meio de seleção) para criar o departamento de oncologia. Hoje, o departamento tem dois oncologistas clínicos, dois hematologistas e um estagiário. “São 100 casos novos por mês e precisamos dar conta da demanda”, salienta a capitão médica Maria Cecília Araújo.  

No Centro, o serviço é integrado com a Divisão de Farmácia porque a medicação prescrita pelos oncologistas deve ser preparada por farmacêutico habilitado, em ambiente adequado, na Capela de Fluxo Lamina. Depois de pronto, o remédio é encaminhado para a Central de Quimioterapia. Localizada no 4º andar, tem duas salas para tratamento ambulatorial com leitos e cadeiras. “Aqui, o paciente passa o dia e recebe a medicação necessária para o tratamento. A Central de Quimioterapia funciona de segunda a quinta-feira, das 8 às 15 horas e às sextas, das 8 às 12 horas. Nos finais de semana, se houver necessidade de assistência, oferecemos médicos capacitados para o tratamento”, informa a soldado-enfermeira Kátia Cardoso Costa. 

O segundo-sargento reformado Wilson Luiz de Oliveira, 56 anos, está em tratamento no setor. “Fui diagnosticado há um ano e fiz a cirurgia aqui. Agora recebo tratamento complementar. O acompanhamento médico é de primeira”, elogia. Os números do C Med impressionam. Por dia são atendidos entre 1,5 mil e 2 mil pacientes – índice equivalente ao hospital Albert Einstein, também na capital paulista. Só no ano passado, atendeu 363 praças e oficiais paulistas, feridos em serviço, realizou 1,6 mil cirurgias e 62 mil consultas. No pronto-socorro, foram registrados 39,6 mil atendimentos. 

O complexo hospitalar conta ainda com um centro de reabilitação, uma clínica para atendimento psiquiátrico, um heliponto e um centro de assistência ao idoso. De acordo com o tenente-coronel Hamada, o orçamento anual é de R$ 14 milhões. A área médica da PM paulista é coordenada pela Diretoria de Saúde, responsável por 56 postos espalhados pelo Estado (20 na capital), duas policlínicas na capital e serviços odontológicos. 

Referência 

Inaugurado em dezembro de 2004, o Centro de Reabilitação da PM, localizado no C Med, tornou-se referência a outros centros de reabilitação de policiais militares de outros Estados. No local são atendidos 5 mil pessoas/mês. “São casos de lombalgia, traumas devido a acidentes com armamento ou mesmo neurológicos”, esclarece o major Daniel César Simões Teixeira, chefe do Centro de Reabilitação. “Aqui, o policial tem disponíveis 60 profissionais, entre fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e condicionadores físicos, que ajudam o profissional a voltar rapidamente ao seu trabalho e com mais qualidade de vida”, salienta o primeiro-tenente Cyro Scala Junior, chefe da Divisão de Reabilitação. 

O Centro de Reabilitação dispõe de salas de fisioterapia, piscina para hidroterapia e até uma sala de Atividade de Vida Diária equipada com móveis, eletrodomésticos e um computador.  “Neste espaço, os pacientes aprendem a voltar à rotina diária”, informa Scala. A cabo-feminina Juliana Acarine trabalha como fisioterapeuta no setor de hidroterapia e RPG. “A piscina é dotada de aparelhos que ajudam os cadeirantes a se reabilitarem. Alguns, com extrema dificuldade motora, conseguem melhorar seus movimentos dentro d’água”, explica. 

Na clínica psiquiátrica gerenciada pelo major Gilberto Curi, foram realizados 2,5 mil atendimentos no ano passado. Policiais sob análise são afastados do serviço de rua, não podem andar armados e, algumas vezes, nem fardados. Os setores de terapia ocupacional e de psicologia interagem quando o policial militar fica debilitado. “Chamamos a família e mostramos como devem ser os procedimentos para o paciente que ficará em casa e precisará ser cuidado por eles”, diz o major Daniel. 

A ideia de realizar perícia por videoconferência surgiu há cinco anos. No dia 4 de junho passado, cinco PMs do CPI-5 (região de São José do Rio Preto) concretizou a façanha. “O novo método, chamado de Telejunta, coloca o sistema de saúde da PM definitivamente na era digital. Gera economia de recursos em transporte, elimina riscos de trajeto e perda de tempo. Em breve, a maioria dos militares do interior não precisará deslocar-se até a capital para passar por perícias médicas”, adianta o tenente-coronel Hamada. A primeira Telejunta foi realizada pelo major-médico Antonio Mizuaki, capitão-medico Alberto Mitsuo Yamaoka e pela primeira-tenente Rubia de Camargo Rodrigues. No CPI-5, estava o primeiro-tenente-médico Ruben de Oliveira Botas, médico responsável pelo UIS. As perícias foram feitas em poucas horas e os militares puderam voltar a suas atividades sem perder um dia de trabalho.

Da Agência Imprensa Oficial