Centro de Referência e Apoio à Vítima bate recorde de atendimentos em 2019

De janeiro a dezembro do ano passado, foram contabilizados 2.476 acolhimentos e triagens no Estado de São Paulo

qui, 09/01/2020 - 10h31 | Do Portal do Governo
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Vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado, o Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi), que oferece atendimento público e gratuito a vítimas e familiares de crimes violentos, registrou o recorde de atendimentos no ano passado. De janeiro a dezembro de 2019, foram contabilizados 2.476 triagens e acolhimentos.

O número representa o acréscimo de 76% dos casos em relação ao ano de 2018, que contou com 1.406 atendimentos. “São indicadores que demonstram não apenas a maior abrangência do programa junto às vítimas de violência, mas também sua popularização como um centro que há mais de 21 anos oferece assistência gratuita e de qualidade”, ressalta o coordenador do Cravi, Bruno Fedri.

O programa também realizou diversas pesquisas e estudos sobre os efeitos da violência e alternativas no acesso à justiça e à cidadania das vítimas, além de produzir materiais informativos e orientativos, como folders, livros e cartilhas.

Oficinas mensais

Outras atividades do Cravi são as oficinas mensais com o objetivo de divulgar seus serviços e proporcionar um espaço de sensibilização sobre temas relativos aos direitos humanos. Em 2019, foram capacitados 2.213 profissionais, aumento de 104% em relação ao ano anterior, com 1.080 capacitações.

“O número de profissionais e estudantes capacitados em nossos eventos superou todas as expectativas que tínhamos quando iniciamos a realização de nossas oficinas, em 2011. Naquela época, recebíamos aproximadamente 15 a 20 participantes. Em apenas uma oficina temática de 2019, por sua vez, recebemos mais de 260 participantes”, acrescenta Bruno Fedri.

O programa passa por expansão: foram inauguradas, em 2019, novas sedes em Suzano, Araçatuba, Santos, São Vicente e Barueri. As ações são direcionadas aos profissionais, servidores, estagiários e estudantes das áreas de saúde, assistência social, direito, psicologia e educação, e que atuam no atendimento direto à população.

Os temas abordados englobaram automutilação, importunação sexual, violência contra a mulher, dependência química, exploração e abuso sexual contra crianças e adolescentes, proteção à testemunha, suicídio e bullying, política nacional da Assistência Social e Racismo.

O secretário da Justiça e Cidadania, Paulo Dimas Mascaretti, também destaca a expansão do programa no Estado. “O atendimento psicossocial e jurídico do Cravi é fundamental para que as vítimas e familiares de crimes graves, como homicídio, feminicídio e latrocínio, entendam que existe vida após o luto e que elas podem reconstruir suas vidas”, destaca.

Acolhimento

O Cravi também desempenhou as atividades de acolhimento e atendimento psicossocial e jurídico às vítimas da tragédia da Escola Raul Brasil, em Suzano, que deixou dez mortos. Entre 13 de março e 25 de junho de 2019, foram realizados 17 plantões e 572 atendimentos individuais e em rodas de conversa para alunos, funcionários, pais e professores, além de visitas domiciliares para quem não conseguia ir à escola.

Assim como em Suzano, os técnicos do Cravi prestaram apoio psicossocial às famílias das vítimas de Paraisópolis, após a morte de nove adolescentes durante um baile funk, em 1º de dezembro. Os atendimentos ocorreram na primeira quinzena de dezembro, no CEU Paraisópolis, e 26 pessoas foram contatadas, entre familiares de vítimas e quem esteve no local.

O trabalho foi realizado em parceria com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social para realização de visitas às residências dos parentes.