Centro de Referência Afro de Araraquara completa um ano

Palestra sobre o centro acontece hoje às 20 horas

seg, 16/04/2007 - 15h38 | Do Portal do Governo

Dagoberto José Fonseca, coordenador do Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão (Nupe), ligado à Faculdade de Ciências e Letras, campus de Araraquara, fará palestra no Centro de Referência Afro, que comemora um ano de fundação. O evento ocorre nesta segunda-feira ,16, às 20h. O tema é “Construção de políticas públicas para a população negra em Araraquara.”

No mesmo dia, a Prefeitura de Araraquara, por meio da AEPIR (Assessoria Especial de Promoção da Igualdade Racial), inicia a campanha “Promovendo a Igualdade Racial”, que busca transformar a realidade desigual que permeia a sociedade. A ação, com início às 17h, no Gabinete do prefeito Edisnho Silva, também conta com apoio do Nupe e da ONG Fonte.

A campanha “Promovendo a Igualdade Racial” faz parte das comemorações dos 190 anos de Araraquara e do aniversário do Centro de Referência Afro. “Estamos propondo a implantação de várias ações afirmativas, que devem ser colocadas em prática pelas secretarias”, informa Washington Lúcio Andrade, assessor da AEPIR.

De acordo com Andrde, a AEPIR iniciou, em 2006, a primeira etapa da Campanha, com a construção das estruturas, como previa o cronograma. Para este ano, ainda de acordo com o planejamento, serão implantadas as ações afirmativas; e para 2008 está previsto o reforço das ações para promoção da igualdade racial.

Um dos projetos desenvolvidos, o “Educar para a Igualdade Racial”, prevê a formação continuada de professores da rede pública e particular, um prêmio de literatura, a ampliação da Biblioteca Afro Kabengele Munanga, visitas monitoradas ao Centro de Referência Afro, Teatro Temático nas escolas, e cursinho pré-vestibular PIC, para afrodescendentes e carentes.

Para a Biblioteca Afro Kabengele Munanga, localizada no Centro, a idéia é ampliar o acervo para consulta da população. Também pretende-se, dessa forma, que o espaço torne-se um local de documentação histórica. Nesse sentido, a Biblioteca deve receber, em breve, a implementação do Portal do Saber.

Em relação às visitas monitoradas ao Centro de Referência Afro, a intenção é aproximar o aluno do conhecimento da História Africana e Afro-brasileira, assim como o Teatro Temático nas Escolas, envolvendo um projeto de “dramaturgia negra”, que deve atender a Lei Federal nº 10.639.

Essa Lei estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. O Teatro nas Escolas tem justamente o intuito de propiciar a formação, a propagação de conhecimentos acerca das histórias africanas e afro-brasileiras e das culturas negro-africanas.

Entre outros projetos do “Promovendo a Igualdade Racial”, estão o SOS Racismo e Quesito Cor. O primeiro deve trabalhar em busca de uma sociedade igualitária, onde ninguém seja discriminado por causa da cor, gênero, origem, credo, orientação sexual ou deficiência. Em 2006, o Centro de Referência Afro registrou 26 casos em que seriam necessárias as interferências jurídica e psicológica. A idéia é capacitar grupos de advogados e psicólogos, com o apoio de universidades, OAB e outros parceiros.

O Quesito Cor, que vem sendo implantado por meio do curso de formação continuada do Centro de Referência Afro junto aos servidores municipais, obriga incluir esse dado nas fichas de atendimento das secretarias e coordenadorias, bem como todos os órgãos públicos municipais de atendimento à população. “Somos uma das primeiras cidades do Estado a implantar o Quesito Cor em todos os formulários do governo municipal”, avalia Washington.

Do site da Unesp