Centro de pesquisa da USP constata efeitos positivos do vírus zika

O Centro de Pesquisas sobre Genoma Humano e Células-Tronco concluiu que o vírus consegue destruir tumores cerebrais

qua, 29/08/2018 - 14h44 | Do Portal do Governo

Um projeto em destaque desenvolvido pelo Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) do Instituto de Biociências (IB) da USP é sobre o vírus zika. Apesar de o vírus ter causado terror no Brasil há cerca de dois anos por causar microcefalia em bebês de mães infectadas durante a gestação, pode ser benéfico, o zika consegue destruir tumores cerebrais. Essa constatação se deu após um experimento realizado em camundongos. Os tumores foram inseridos nos animais e após isso foi a vez do vírus. Em um terço dos casos, os tumores desapareceram. Mayana Zatz, coordenadora do CEGH-CEL comemora o resultado do estudo, mas lembra que os “animais utilizados nas pesquisas precisam ser acompanhados por anos para que se possa notar seus possíveis efeitos colaterais”.

Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) do Instituto de Biociências (IB) da USP surgiu em 2000 como um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Segundo Mayana, o objetivo do CEGH-CEL é entender as causas das doenças genéticas e isso já vem trazendo resultados positivos através da melhora no diagnóstico de enfermidades. Dessa forma, torna-se possível o tratamento precoce, que impedirá que o quadro da doença evolua, além do fato de possibilitar o desenvolvimento de novos procedimentos de maior eficácia.

A professora afirma que as células-tronco têm grande importância para o estudo de doenças genéticas. Isso porque, a partir do sangue de um indivíduo, é possível reprogramar essas células e diferenciá-las de qualquer tecido do corpo humano. Mayana exemplifica com um caso em que uma pessoa possuía uma doença que tinha como principal consequência a morte de neurônios. Com a coleta de sangue do doente, os neurônios serão produzidos pelos pesquisadores em um laboratório para que possam analisá-los e desenvolver alternativas de reversão do quadro do paciente.

As principais linhas de pesquisa desenvolvidas no CEGH-CEL são sobre neuromusculares, autismo, malformações congênitas, surdez, obesidade mórbida e déficit cognitivo. Essas áreas de estudos são coordenadas por diferentes grupos.