Centrinho, da USP de Bauru, tem foco na humanização do atendimento

Espaço completou 51 anos em 2018; desde 1967, mais de 111 mil pacientes foram matriculados no hospital, referência na região

seg, 06/08/2018 - 17h33 | Do Portal do Governo

Com 51 anos de existência, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP), que integra o campus de Bauru, no interior do Estado, presta diversos serviços à população da região. Em 25 de junho, uma solenidade foi realizada para celebrar o aniversário, que contou com representantes da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) e da Prefeitura do campus.

A cerimônia reuniu pacientes e familiares, comunidade acadêmica e autoridades convidadas. No discurso, o presidente do Conselho Deliberativo e superintendente substituto do HRAC e diretor da FOB, professor Carlos Ferreira dos Santos, lembrou que a história começou a partir de um projeto de pesquisa de professores da faculdade.

“Ao longo desses 51 anos, o hospital se tornou excelência não apenas no Brasil, mas também no exterior, por meio de trabalhos de pesquisa e dos profissionais do HRAC que foram mundo afora disseminar o trabalho construído”, ressalta. “Desde a manutenção até o médico que opera, todos têm a mesma importância, pois uma equipe só é boa quando cada um cumpre o seu papel”, acrescenta o docente.

Atendimento

Vale destacar que o espaço é uma instituição pública de assistência especializada em saúde, ensino e pesquisa, mantida com recursos da USP, do Sistema Único de Saúde (SUS) e de convênios. O trabalho interdisciplinar de sua equipe, o processo de reabilitação integral e a humanização no atendimento ao paciente são características do local.

“Estamos aqui para celebrar um dia muito importante, comemorar os 51 anos do Centrinho, que, sem dúvida, foi, é e continuará sendo uma boa ideia”, avalia o superintendente do HRAC e o coordenador do curso de Medicina da FOB/USP-Bauru, professor José Sebastião dos Santos.

“A FOB, fundada há 56 anos, logo nos primeiros anos percebeu que precisava olhar para além do horizonte, e, com a criação do Centrinho, começou-se a pensar também em audição e defeitos craniofaciais, uma preocupação genuína e de quem tem uma responsabilidade social muito grande”, enfatiza.

Humanização

Um dos destaques da solenidade em comemoração aos 51 anos foi o pronunciamento do pastor Alexandre Manoel da Costa, da Igreja Luterana de Bauru, que conduziu a celebração ecumênica ao lado do padre Luis Antonio Carqueijo Sé, da Paróquia São Sebastião, do município de Pederneiras.

“Eu tenho um filho que está com 20 anos, é deficiente auditivo e visual e recebe atendimento do Centrinho. Ele acabou de concluir o curso técnico de processos gráficos do Senai e inicia o trabalho profissional. Agradeço demais a essa instituição e estou emocionado de estar aqui hoje”, relata o pastor.

“É uma honra poder manter a tradição de tratar os usuários com carinho e humanização”, afirma a presidente do Grupo de Trabalho de Humanização e Educação Permanente e ouvidora do HRAC, Maria Irene Bachega.

Na avaliação do professor José Sebastião dos Santos, algumas das prioridades da atual gestão é assumir com os servidores e gestores a condição de prestador de serviço de saúde, de modo a fortalecer a vocação como hospital de ensino e pesquisa.

Atuação

A ampliação do foco acadêmico na instituição, por meio do incremento da atuação de estudantes de graduação em atividades curriculares no hospital, é outra prioridade da gestão. No primeiro semestre de 2018, a estrutura do HRAC já serviu de local para aprendizado dos estudantes dos Cursos de Medicina, Odontologia e Fonoaudiologia do campus.

O espaço também abriga o Núcleo de Educação e Capacitação em Saúde (Necs), centro de simulação já em funcionamento e que, a partir do segundo semestre, servirá não só para a formação dos estudantes, mas também para a capacitação dos profissionais da rede pública de saúde, como contrapartida da USP para o desenvolvimento de Bauru e região.

Assim como a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), mais do que oferecer estrutura física e recursos humanos, o HRAC e as especialidades serão carro-chefe na identidade da Medicina USP-Bauru.

“O curso e uma futura Faculdade de Medicina já nascem com uma base forte nas áreas de anomalias craniofaciais, síndromes associadas e saúde auditiva, especialidades nas quais o HRAC se consolidou como referência nacional e internacional ao longo desses 51 anos de trabalho”, diz o professor José Sebastião dos Santos.

Referência

Pioneiro em diversas áreas, o HRAC é considerado centro de referência em pesquisa e tratamento das anomalias craniofaciais congênitas, síndromes associadas e deficiência auditiva, com atendimento 100% via SUS. A instituição registra, desde 1967, mais de 111 mil pacientes matriculados no total, sendo 62 mil em tratamento. O Programa de Implante Coclear, dispositivo eletrônico inserido cirurgicamente para estimulação direta do nervo auditivo, é um dos principais do País, com mais de 1,7 mil cirurgias já realizadas.

O HRAC mantém convênios de cooperação e mobilidade acadêmica com instituições de ensino do exterior, o que reforça a vocação científica e para a internacionalização, além de diversas ações em telessaúde, ampliando as possibilidades de educação, pesquisa e apoio à assistência a distância.