Cati quer ampliar a produção de sementes de mamona

Parceria estima produzir este ano 20 mil sacas de sementes, ante quase zero em relação a 2007

ter, 03/06/2008 - 9h11 | Do Portal do Governo

Trabalho social desenvolvido com trabalhadores rurais volantes pelas Casas da Agricultura dos municípios de Clementina e Lourdes (região de Araçatuba) deu impulso a uma iniciativa do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM) da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria da Agricultura para a produção de sementes de mamona.

Como essa cultura demanda muita mão-de-obra e acaba não despertando interesse, os técnicos do DSMM resolveram se associar também a esses agricultores para estimular a produção. Eles podem incrementar a renda, nos momentos livres, por meio do cultivo das sementes em terras arrendadas pelas administrações. Com isso, o órgão prevê fazer 20 mil sacas do produto este ano, ante quase zero do ano passado.

“O DSMM deverá completar a cota de sementes de mamona, que serão produzidas e beneficiadas nas unidades de Araçatuba, Aguaí e Lucélia, garantindo produção para agricultores de todo o Estado”, afirma o diretor do DSMM, engenheiro agrônomo Armando Portas.

Para ele, a iniciativa das prefeituras representa a possibilidade de desenvolver algo que quase ninguém está produzindo e que tem expectativa de demanda crescente, e ao mesmo tempo beneficiar os trabalhadores. “O diferencial nesse trabalho é que nossos parceiros são trabalhadores rurais na acepção da palavra, não empresários agrícolas”, resume.

Paralelamente, continua a ocorrer o melhoramento da variedade AL-Guarani e de uma nova, desenvolvida em parceria com o câmpus da Unesp de Botucatu, na Fazenda Ataliba Leonel (localizada em Manduri e pertencente ao Estado). O principal produto da mamona é o óleo de rícino, importante matéria-prima para a indústria química. O biodiesel desponta como nova alternativa de aproveitamento da planta. A cultura é útil na rotação, já que elimina nematóides (vermes) que prejudicam o solo e atacam as raízes das plantas.  

Parceria – O técnico da Casa da Agricultura de Clementina, o engenheiro agrônomo João Davi Zucon, informa que alugou uma área de cerca de 70 hectares, dividiu em glebas de 1,2 hectare e destinou a diversas famílias previamente selecionadas. A prefeitura prepara o solo, corrige, aduba e semeia milho, crotalária, quiabo, mamona, entre outras culturas, e as repassa aos trabalhadores, que assumem os lotes. Estes aplicam os defensivos, capinam, colhem, embalam e vendem, revertendo 30% da renda obtida para uma conta que o município mantém como um fundo, com o objetivo de realimentar o processo. O restante é dividido proporcionalmente entre os trabalhadores.

Em Clementina, foram plantados 12 hectares com mamona IAC-Guarani, que poderão gerar, no mínimo, 1,5 mil sacas de 10 quilos de sementes. “Para o ano que vem, vamos ampliar a área com a participação de 42 famílias. Pretendemos ter, também, uma área maior com mamona ou outras culturas que o DSMM esteja precisando, como crotalária e mucuna (leguminosas)”, planeja Zucon. Segundo ele, os ganhos são muitos, tanto os econômicos como os sociais, pois se as famílias de trabalhadores não encontram trabalho, podem se ocupar do seu quinhão ou de um parceiro que esteja necessitando.

Em Lourdes, as áreas encerram 20 famílias, que ocupam de 2 a 3 hectares cada, de acordo com o número de componentes. A prefeitura faz o mesmo trabalho de arrendar, preparar o solo, corrigir e adubar. Com o uso do plantio direto adotado, a previsão é de uma colheita somente de sementes de mamona, de 45 toneladas, ou seja, 4,5 mil sacos de sementes. A mamona que não der semente será comercializada com as empresas compradoras da baga.  

Da Secretaria da Agricultura