Casa do Adolescente dá orientação sexual aos jovens

O programa oferece consultas individuais e reuniões sobre assuntos como gravidez na adolescência

dom, 21/06/2009 - 19h00 | Do Portal do Governo

Um espaço para os jovens receberem orientações e tirar suas dúvidas. Esse é o trabalho desenvolvido na Casa do Adolescente, um programa da Secretaria da Saúde que cuida da saúde dos jovens, oferecendo consultas individuais e reuniões sobre assuntos como gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis.

Criado em 1996, hoje o programa, que tem parceira com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e as prefeituras municipais, conta com 22 unidades na Capital e no Interior. Algumas unidades chegam a atender 200 adolescentes/por dia. Ali eles contam com uma equipe multidisciplinar formada por ginecologista, clínico geral, pediatra, dermatologista, dentista, psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta.

Entre as atividades desenvolvidas, estão o Papo de Homem e o Papo de Mulher, no qual os adolescentes falam sobre o seu cotidiano; a Balada da Saúde, que de forma descontraída e divertida, orienta sobre sexo e uso correto dos métodos anticoncepcionais.

Pesquisa 

Levantamento da Secretaria da Saúde realizado com 178 adolescentes – com idade média de 16 anos atendidas na Casa do Adolescente de Pinheiros – mostra que 76,7% delas que já tomaram a pílula do dia seguinte, compraram o medicamento sem prescrição médica.

A pesquisa mostrou ainda que a anticoncepção de emergência é um método conhecido por 95% das meninas. No entanto, o uso da pílula do dia seguinte sem orientação médica pode ser perigoso.

O uso da anticoncepção de emergência não pode ser freqüente. Cada dose da pílula do dia seguinte, formada por dois comprimidos, equivale à meia cartela de anticoncepcionais. Essa alta dose de hormônios pode provocar sangramentos, vômitos e fortes dores de cabeça. Além disso, a pílula do dia seguinte pode falhar em 15% dos casos.

Outro problema é que a adolescente, ao se apoiar no uso da pílula do dia seguinte, não se previne contra doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, e deixa de usar preservativos durante as suas relações sexuais.

A pílula pode ser tomada em um período de até 48 horas depois da relação sexual, mas a adolescente deve procurar orientação médica antes de usá-la. A Casa do Adolescente está aberta a qualquer horário do dia para orientar as jovens.

O estudo também apontou para uma alteração no comportamento das garotas. Antes, era mais comum que elas fossem às farmácias acompanhadas por homens. Hoje em dia, a maioria delas vai à farmácia sozinha para adquirir o medicamento. “As mulheres estão, cada vez mais, assumindo as conseqüências das situações. Como a pílula hoje é bem conhecida, elas vão sozinhas e compram. Mas é um medicamento forte, que não deve ser tomado sem orientação”, afirma a ginecologista e diretora da Casa do Adolescente Albertina Duarte Takiuti.