Principalmente pela falta de um sistema integrado de informações entre sede e pólos, o Projeto Guri não dispõe de dados precisos sobre todos os seus ex-alunos, embora mantenha contato com uma parcela deles, notadamente os que seguiram carreira musical.
Daniela Coutinho de Souza, 22 anos, aluna de viola entre 2002 e 2003 e atualmente no segundo ano de bacharelado em viola da Faculdade Santa Marcelina, considera a manutenção desse vínculo marcante para ela e para os seus amigos que passaram pelo projeto. “Eles (da direção do projeto) buscam saber a nosso respeito e sobre nossos familiares, e se ainda estamos estudando música”, destaca.
Outro que ainda mantém vínculos é Fernando Barbosa Ribeiro, 23 anos, instrutor de violino no pólo Guri da Fundação Casa (antiga Febem), núcleo Brás. O jovem foi aluno de 2001 a2004, tornou-se montador (organizava orquestras e salas de aula) nos pólos Campo Limpo e M’Boi-Mirim. Depois passou para instrutor na Unidade de Taipas (feminina) e, posteriormente, no núcleo Brás da Fundação Casa.
Antes de ingressar no Guri, nunca havia tocado um instrumento, e não tinha condições de ter aulas particulares. Seu sonho era ser administrador de empresas. “Hoje, não penso nisso nem como plano B”, afirma. Minha vontade é entrar em um curso universitário de música.
Thaís Schloenbach Caruso, 20 anos, está no segundo ano de Educação Artística com habilitação em Música – violino, na USP, e no sexto ano da Escola Municipal de Música. Esteve no Guri dos 10 aos 14 anos. Não tinha conhecimento musical, embora a mãe já a tivesse colocado em outras atividades culturais. “O despertar para a música ocorreu no Guri”, assegura.