Capital reduz homicídios em 34% e lidera queda no Estado

SP mantém, nos cinco primeiros meses, taxa de 9,73 homicídios por grupo de 100 mil habitantes

seg, 27/06/2011 - 17h30 | Do Portal do Governo

Nenhum dos fatores que, no passado, favoreciam o aumento da violência na capital – a população superior a 11 milhões de habitantes, as desigualdades sociais ou a mistura de culturas regionais – impediu que São Paulo liderasse a redução dos homicídios no Estado. De janeiro a maio, o número de crimes contra a vida na capital caiu 33,73% em relação aos primeiros cinco meses do ano passado. Foram 198 mortes a menos, de acordo com as Estatísticas Mensais da Criminalidade, divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. No Estado, a redução média dos homicídios foi de 14,73%.

De janeiro a maio de 2011, foram registrados 389 homicídios dolosos na capital, contra 587 até maio do ano passado. No comparativo de 12 meses – de junho de 2009 a maio de 2010 e junho de 2010 a maio deste ano -, a capital apresentou um recuo de 22,13% nas mortes intencionais, com 283 casos a menos em relação ao mesmo período.

Com a decisiva colaboração da capital, o Estado mantém, nos cinco primeiros meses de 2011, pela primeira vez na história recente, taxa de 9,73 homicídios por grupo de 100 mil habitantes – fora da chamada zona de epidemia de homicídios. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera epidêmicas as taxas acima de 10/100 mil habitantes/ano.

A Secretaria da Segurança Pública atribui a contínua redução das mortes intencionais em todo o Estado à investigação, identificação e prisão dos autores de homicídios, à melhoria da gestão policial, com aumento do número de policiais militares nas ruas, ao recolhimento de armas ilegais e ao investimento do Estado em segurança pública, inteligência policial e tecnologia da informação.

Crimes contra o patrimônio

Depois um recuo de todos os crimes contra o patrimônio em 2010, quatro deles voltaram a cair nos primeiros cinco meses do ano e também no acumulado de 12 meses: os roubos a bancos, roubos em geral, roubos de cargas e sequestros. Os roubos a bancos caíram 20,78% nos primeiros cinco meses, com 16 casos a menos. A série mensal mostra que o número de crimes contra estabelecimentos bancários na capital, até maio, é o menor desde 2003. No comparativo de 12 meses, os roubos a bancos recuaram 32,8%, com 61 ocorrências a menos em relação ao mesmo período, quando foram registrados 186 casos.

Os roubos de cargas também recuaram 3,08% nos primeiros cinco meses do ano, com 57 casos a menos do que até maio de 2010. No comparativo de 12 meses, a redução dos roubos de cargas foi de 6,52%, com 308 casos a menos do que em igual período. Os roubos em geral diminuíram 1,8%, com menos 822 casos em relação ao mesmo período de 2010. Nos últimos 12 meses, os roubos retrocederam 5,72%, com 6.676 ocorrências a menos, na comparação com o período de maio de 2010 a junho de 2009.

Os sequestros, até maio, tiveram mais uma acentuada queda na capital, de 18 para 11 casos. Foi o menor número dos últimos 11 anos, só alcançado anteriormente em 2008, e bem abaixo dos 94 casos registrados até maio de 2002. A média dos primeiros cinco meses, nos últimos 11 anos, foi de 29,4 extorsões mediante sequestro. Foram sete casos a menos em relação ao mesmo período de 2010 – a Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) da SSP não calcula variações percentuais abaixo de 30 casos, pois pequenas oscilações assumem grandes proporções, porém, sem efeito estatístico relevante. No comparativo dos últimos 12 meses, houve redução de 31,58% dos sequestros, com 26 ocorrências, contra 38, de junho de 2009 a maio de 2010.

Produtividade policial

Um dos indicadores de atividade policial, os flagrantes de tráfico de drogas registraram significativa melhora. Ocorreram 2.670 casos até maio deste ano – 414 a mais do que em igual período de 2010, quando foram registrados 2.256 boletins de ocorrência (BOs) de tráfico de drogas. Como este tipo de ocorrência depende totalmente da ação policial, o crescimento indica maior eficiência das polícias para apreender drogas ou prender traficantes.

O número de prisões efetuadas pelas polícias subiu 13,33% nos primeiros cinco meses do ano. Até maio, foram realizadas 12.970 prisões, contra 11.444 no mesmo período do ano passado.

Mais notificações

Os furtos em geral oscilaram para cima em 25,12% nos cinco primeiros meses deste ano. As notificações de crimes, por sua vez, também aumentaram. Somente na Delegacia Eletrônica, o número de ocorrências saltou no Estado de 11.860 em janeiro deste ano, para 15.858 em maio. Também a partir deste ano, as unidades da Polícia Militar passaram a registrar boletins de ocorrência de furto de veículo, desaparecimento ou encontro de pessoa, furto e extravio de documento, furto e perda de celular e furto ou perda de placa de veículo.

As polícias Civil e Militar estão empenhadas em combater a criminalidade em todas as regiões do Estado. A Polícia Militar intensificará, ainda mais, o policiamento e as operações para combater os furtos de veículos e roubos de veículos, que tiveram oscilação positiva de, respectivamente, 4,28% e 6,7% nos primeiros cinco meses deste ano. A Polícia Civil, por sua vez, se empenhará, igualmente, na identificação e prisão dos autores.

Atualizações mais frequentes

Conforme alertado em abril, quando as Estatísticas da Criminalidade passaram a ser divulgadas mensalmente, as atualizações de dados informados serão mais frequentes. A maioria das alterações decorre da mudança de natureza criminal, a partir de investigações conduzidas por autoridades policiais. Há, também, casos em que a natureza preponderante muda pela morte da vítima, em momento posterior ao registro.

As Estatísticas da Criminalidade são utilizadas, em primeiro lugar, para o planejamento operacional das polícias e para a tomada de decisões do Governo na área de segurança. Servem, por exemplo, para orientar investimentos e a distribuição de recursos humanos, tecnológicos e materiais. Devem ser um retrato, o mais fiel possível, da realidade. Por isso, são atualizadas sempre que a autoridade policial conclui ser outra a natureza de um crime.

As atualizações são feitas pela Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) da Secretaria da Segurança Pública, depois de receber comunicação formal da unidade policial responsável pela investigação. Antes de serem oficializadas, as alterações propostas são checadas pela CAP.

Da Secretaria da Segurança Pública