Canil Central da PM de São Paulo completa 60 anos

Cão treinado é ferramenta essencial para o combater o crime e preservar a ordem pública

sex, 17/09/2010 - 16h00 | Do Portal do Governo

Busca de pessoas desaparecidas em locais de difícil acesso para o homem, descoberta de criminosos escondidos em matas fechadas, controle de presos rebelados em penitenciárias, encontro de bombas, policiamento lado a lado com o policial em operações. Essas são algumas das atividades do cão policial.

O Canil Central da Polícia Militar do Estado de São Paulo foi inaugurado em setembro de 1950, com dois cães de origem argentina. Em 1953, ganhou foi manchete na segunda edição do jornal Diário da Noite, após um cão policial ter encontrado uma criança sequestrada: “Cães amestrados policiam São Paulo”. A cada ano o canil se aperfeiçoa e hoje é uma das principais forças no policiamento do Estado.

No quadro da Polícia Militar, o canil é a 3ª Companhia do 4º Batalhão de Choque (BPCh), que atende o Estado todo e centraliza as unidades de elite da PM paulista, como o  Comando de Operações Especiais (COE) e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).  O Canil é designado para apoiar operações especiais na Capital, como a Operação Saturação por Tropas Especiais (Oste), e para auxiliar a Polícia Federal e outros órgãos de segurança em operações específicas de combate ao tráfico e uso de entorpecentes.

“A importância do Canil simboliza a importância da Polícia Militar para a sociedade. O cão auxilia no combate à criminalidade, com a força física e o faro apurado. É a ferramenta que a PM dispõe ao seu policial para proteger a sociedade”, afirma o capitão Paulo Macedo, comandante do Canil Central da PM.

O Canil Central está sediado na Serra da Cantareira, no bairro do Tremembé, na zona norte da Capital. O espaço é ideal para os cães: são 42.683 m², com ampla área verde, que permite aos cães se sentirem livres no ambiente, similar a um sítio em plena metrópole paulistana. Hoje vivem no local 88 cães – Astor, Laika, Thor, Shelton, Marroni e Billy são alguns deles. Entre labradores, rotweilers, bracos alemães, pastores alemães, dobermanns e pastores belgas, uns são mais amigáveis e outros mais sérios.

Na sede do comando trabalham 134 policiais adestradores, responsáveis por treinar diariamente a matilha para as funções de faro e policiamento, tarefas atribuídas ao cão a partir do perfil e, principalmente, da raça. Cada cão deve ter um adestrador; mas, como não há número suficiente de cães para a quantidade de policiais, o Canil está reformando o espaço de sua sede para aumentar a quantidade de animais.

O Canil Central atende somente a cidade de São Paulo. Além do Canil Central, existem no Estado 22 canis setoriais – subordinados ao Canil Central. Os canis setoriais estão localizados em cidades da região metropolitana da Capital e no interior. Além disso, um dos canis setoriais pertence ao Corpo de Bombeiros, especificamente para a função de salvamento, sediado em dois endereços na Capital.

O policial, sem esforço, torna-se o companheiro do cão no trabalho e seu melhor amigo. É com esse policial que o cão treinará, e, para isso, o policial deverá ter realizado cursos de adestramento na própria Corporação. Todo cuidado é fundamental, pois o cão é considerado uma ferramenta medida pela intensidade e impacto psicológico. “Em um policiamento na rua, a polícia tem uma escala de força. A mordida é a penúltima ação que deve ser feita, a última é a arma”, explica o comandante do Canil Central.

A matilha é tratada nos mínimos detalhes. Há atenções redobradas com a saúde. Na alimentação, por dia, são 90 quilos de ração balanceada para os cães manterem a forma. Também há consultas veterinárias preventivas e um pronto-socorro canino para qualquer ferimento que ocorrer durante o expediente. Por último, o descanso.

Investimentos

Nos últimos anos foram investidos R$ 859 mil no Canil Central. Muitos investimentos foram feitos e são constantemente aplicados no Canil Central da PM. Para reforma e readequação da Clínica Veterinária, o investimento estadual foi de R$ 179 mil. A obra começou em fevereiro de 2007 e foi finalizada em janeiro de 2008. Para a compra de material e equipamentos específicos, foram investidos R$ 40 mil. A sala de cirurgia do Canil Central na Capital, utilizada somente por cães policiais, está equipada com sala de anestesia e de raio X. Há também sala de medicamentos e local para banho. “Temos todos os equipamentos necessários para a saúde dos animais”, argumenta o tenente Maganin, oficial médico veterinário, responsável pela clínica.

O comandante Macedo afirma que a ideia da PM é aumentar o efetivo de cães. Para isso é preciso ampliar a área onde eles vivem, porque hoje há somente 90 boxes. Um novo alojamento, cujo investimento tem o valor de R$ 469 mil, está sendo construído desde fevereiro deste ano, e as novas moradias para os cães devem ficar prontas em outubro.

Houve também preocupação na reconstrução do muro externo de uma das alas dos boxes, onde os cães estão abrigados, até que a construção do novo alojamento seja concluída. A obra foi realizada em 2009 e custou cerca R$ 30 mil. Também foram feitas reforma e adequação do sistema elétrico externo do Canil Central, que custou ao Estado R$ 70 mil.

Em 2008 foram disponibilizados, para a compra de 23 cães, cerca de R$ 41 mil. No mesmo ano, para materiais específicos de treinamento, o Canil recebeu o valor de R$ 30 mil. No ano de 2010 foram remanejadas para o Canil Central quatro viaturas, modelo Blazer, vindas da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

A PM planeja a construção de uma nova ala de boxes, com capacidade para mais 60 cães; a compra de dez cães ainda neste ano para reposição dos que se aposentaram; reforma da ala administrativa e compra de novas viaturas, específicas para o policiamento com cães e transporte dos mesmos, para substituir a frota existente – todas já estão com mais de cinco anos de uso.

Da Secretaria da Segurança Pública