Campus de Bauru da USP terá laboratório de resíduos químicos

Unidade atenderá a Faculdade de Odontologia e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

sex, 24/06/2011 - 14h00 | Do Portal do Governo

O campus de Bauru da USP vai contar com um Laboratório de Resíduos Químicos que vai dar uma destinação adequada a substâncias como amálgama (resíduos de mercúrio e prata), álcool, xilol, além de reveladores e fixadores usados em radiografias. O contrato prevê a execução da obra de construção do laboratório em uma área de 180 m² e irá atender a Faculdade de Odontologia (FOB) e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC / Centrinho).

O campus de Bauru já dispõe, desde 2005, de um laboratório semelhante, mas que tem apenas 10 m² e funciona dentro do Laboratório de Bioquímica da FOB. “Com a verba de R$ 500 mil que conseguimos junto à Reitoria, será possível construir o novo prédio”, conta a professora Marília Afonso Rabelo Buzalaf, responsável pelo laboratório. A previsão é que a obra seja construída em sete meses, devendo estar pronta entre o final deste ano e o início de 2012.

Marília explica que o amálgama, liga usada em restaurações dentárias, tem 50% de sua composição constituída por mercúrio, elemento que polui o meio ambiente e pode causar problemas no sistema nervoso de seres humanos. “Atualmente, já fazemos a extração do mercúrio da amálgama por meio da destilação a vácuo e vendemos para indústrias que utilizam mercúrio na fabricação de lâmpadas e termômetros”, conta a professora. A prata é outra substância extraída da liga. “Após juntarmos uma boa quantidade deste material, vendemos para indústrias, trazendo assim recursos para a Universidade”, destaca.

Economia

O álcool e o xilol são outras substâncias que após passarem por tratamento no laboratório voltam para os departamentos para serem reutilizadas, gerando economia para a USP, que não precisará comprá-las novamente. A professora informa que os líquidos reveladores e fixadores de materiais radiográficos são os que apresentam maior volume de descarte no campus, “mas deverão diminuir com a crescente digitalização desse processo.”

Com o novo laboratório, o trabalho de destinação adequada não apenas vai continuar como também será ampliado ao permitir o armazenamento correto de substâncias que não podem ser recuperadas, como resíduos biológicos provenientes de cirurgias. “O novo prédio terá espaço suficiente para armazenamento adequado desses resíduos. Após reunir uma certa quantidade de material, uma empresa contratada vai retirá-lo, a fim de dar uma destinação correta”, conta, lembrando que trata-se de um serviço pago.

De acordo com a professora, o Laboratório de Resíduos Químicos do campus de São Carlos da USP foi um modelo “inspirador” para a implantação do projeto do campus de Bauru. A USP conta com outros laboratórios semelhantes, como os existentes nos campi de Ribeirão Preto, e na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba.

Mesmo com os benefícios gerados com a recuperação dos resíduos, o professor José Carlos Pereira, diretor da FOB, lembra que é necessária também uma constante ampliação do compromisso das pessoas com a questão ambiental. “É preciso modificar, para melhor, o comportamento das pessoas em relação à preservação do meio ambiente”, diz. Todos os outros resíduos, não químicos, são descartados conforme normas específicas.

Da Agência USP