Campanha do agasalho arrecada 20 milhões de peças

Doações superaram as do ano passado em 1,73%

qui, 03/07/2008 - 17h12 | Do Portal do Governo

A Campanha do Agasalho deste ano arrecadou 20,112 milhões de peças entre os dias 3 de abril e 2 de julho. O anúncio foi feito pela presidente do Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp), Monica Serra, no Palácio dos Bandeirantes, nesta quinta-feira, 3, durante cerimônia de encerramento da campanha. A expectativa é que esse número aumente. Isso porque alguns órgãos estaduais e fundos municipais ainda estão entregando roupas quentes, calçados e cobertores arrecadados no interior do Estado.

Com o tema Família, a campanha do agasalho 2008 contou com cerca de 55 mil postos de arrecadação e teve a participação das atrizes Regina Duarte e Gabriela Duarte, mãe e filha, que cederam suas imagens para o material de divulgação.

Os agasalhos serão doados a 2 mil entidades cadastradas no Fundo de Solidariedade, como creches, albergues, asilos e associações que cuidam de moradores de rua, e também aos 640 fundos sociais municipais. “Essa quantidade de peças atende a população nesse período de frio, mas também atende as pessoas que sofrem com desastres, como enchentes e incêndios”, explicou Monica Serra.

Parceiros

As doações deste ano superaram em 1,73% as do ano passado, que somaram um total de 19,7 milhões de peças. Já em relação a 2006, o aumento foi de 16,66%.

A presidente do Fussesp lembrou que a arrecadação foi possível em razão do engajamento das pessoas na campanha. “Temos muitos parceiros. Cada um que se envolve nesta campanha é nosso parceiro”, afirmou, referindo-se à participação de órgãos governamentais, empresários e da sociedade. Ela observou ainda que o slogan “Quanto Mais Gente Mais Quente”, usado em campanhas passadas, é absolutamente verdadeiro. “É uma frase muito feliz”, disse.

Tradicionalmente, todos os órgãos de governo se envolvem na campanha, seja com doações de funcionários, seja com ações para arrecadar agasalhos, como as caminhadas. Eles foram responsáveis por metade das arrecadações de toda a campanha e entregaram ao Fundo de Solidariedade cerca de 10,2 milhões de peças.

Outros parceiros do Fussesp e a iniciativa privada também participaram. Este ano, pela primeira vez, empresários de diversos segmentos se uniram e doaram 191 mil cobertores confeccionados com material reciclado e antialérgico que serão doados às Santas Casas.

Solidariedade inclusiva

A novidade ficou por conta dos programas do conceito Solidariedade Inclusiva, como o projeto Esquenta, as Tricoteiras e a Frente Solidária de Trabalho.

Lançado este ano, o projeto Esquenta entregou 23,6 mil peças para a campanha. Os kits contendo calça, abrigo e camiseta foram confeccionados por 30 costureiras das escolas de samba Vai-Vai, Mocidade Alegre e Unidos de Vila Maria. Elas passaram por um curso de qualificação e foram remuneradas pelo trabalho que realizaram. Cada uma delas recebeu R$ 502,00 por mês.

Já as tricoteiras voluntárias confeccionaram cachecóis, gorros, meias e sapatos de lã e entregaram 16,6 mil peças para o Fussesp. A matéria-prima utilizada foi entregue por empresários ao Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento. As tricoteiras de 35 entidades cadastradas receberão R$ 1 por peça confeccionada. O dinheiro também será doado por empresários parceiros.

Além disso, cerca de mil mulheres carentes, que fazem parte do projeto Frente Solidária de Trabalho, confeccionaram 12 mil cachecóis para a campanha do agasalho 2008. Isso foi possível porque a Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho recebeu uma doação de duas toneladas de lã, mil pares de agulhas, tesouras, agulhas de crochê e camisetas.

“De um gesto de uma das parceiras, no ano passado, nasceu a Solidariedade Inclusiva”, lembrou Monica Serra. Segundo ela, a parceira conseguiu que empresários pagassem R$ 1 por peça produzida por pessoas de uma comunidade carente com a lã do Fussesp. “Quando ouvi os depoimentos, percebi que no interesse das pessoas pelo R$ 1 por gorro que entregavam estava implícita a importância da participação. Foi aí que entendi que não mais tínhamos o Estado dividido em dois com esta campanha, aquele que dá e aquele que recebe, e que esta era realmente a Solidariedade Inclusiva”, recordou. Ela pediu que as pessoas continuem apresentando idéias dentro desse conceito para futuras implementações. “Nada se faz sozinho”, ressaltou.

Cíntia Cury