Campanha divulga peças indígenas

Museu em Iepê, próximo a Presidente Prudente, conta com 30 mil peças da cultura guarani

sex, 23/02/2007 - 18h11 | Do Portal do Governo

Campanha implementada, desde o ano passado, por um grupo de docentes e alunos da Faculdade de Ciências Tecnológica (FCT), campus de Presidente Prudente, está ajudando a fomentar o acervo pré-histórico do Museu de Arqueologia da cidade de Iepê, localizada a 504 km da capital.

Intitulada “Preserve a História e Entre na História”, a iniciativa estimula a participação da população a avisar o pessoal do museu ou da UNESP, quando encontrar vestígios ou peças arqueológicas, sem tirá-las do local de origem. “Em troca, a pessoa é fotografada com o objeto histórico e recebe um certificado”, diz a arqueóloga Neide Barrocá Faccio, coordenadora do projeto Museu Universidade: Patrimônio Cultural.

O município de Iepê é conhecido por abrigar grandes reservas indígenas de tribos guaranis. “Com o avanço de nossas pesquisas na área rural da cidade foi possível resgatar e expor, em um museu próprio, várias peças destes índios, que habitaram o local no período colonial”, acrescenta Neide. Desde 1999, o grupo já descobriu cerca de 30 mil peças, como urnas funerárias de grande porte, vasilhas e lâminas de machado.

O museu recebe 10 mil visitantes por ano, geralmente estudantes de escolas públicas. “Por meio dos objetos, queremos contar, através da história dos guaranis, um pouco do período pré-colonial da cidade”, diz David Luigli Turtera, aluno de geografia e bolsista.

O atendimento ao público, a organização de oficinas de argila e o fomento ao acervo de peças pré-históricas são algumas das atividades dos alunos que fazem parte do projeto. Na divulgação dos achados, eles elaboraram três edições da revista Um Pouco da Nossa História. Os bolsistas também preparam o material didático de cursos para professores da rede pública, além de organizar exposições nas escolas.

Os estudantes do projeto participam ainda de aulas de campo nos sítios arqueológicos e de projetos de educação patrimonial, como o de restauração de fragmentos de vasilhas arqueológicas. Pelo trabalho, eles foram convidados pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional para restaurar vasilhas indígenas em São Mateus (ES) e ensinar a atividade aos meninos carentes da cidade. Em 2007, Neide planeja ensinar a técnica kaigangue de confecção de cerâmica para jovens índios da Reserva Vanuíre. O projeto Museu Universidade: Patrimônio Cultural faz parte do Programa de Divulgação Científica “UNESP na Ciência”, apoiado pela Vice-Reitoria.

Do Portal da Unesp

(R.A.)