Café: Câmara Setorial e Abic harmonizam programas de qualidade

Protocolo de intenções que amplia a abrangência do selo de qualidade “Produto de São Paulo” e do Programa de Qualidade do Café (PQC)

ter, 13/11/2007 - 14h27 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a diretoria da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) assinaram, no último dia 8/11, protocolo de intenções que amplia a abrangência dos programas de qualidade das duas entidades – o selo de qualidade “Produto de São Paulo” e o Programa de Qualidade do Café (PQC).

Segundo o presidente da Câmara Setorial e diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, o objetivo é reunir as empresas participantes num único programa que harmonize os dois. “Quem ganha é o consumidor, que vai ter mais café de qualidade”, disse.

Nathan fala da possibilidade de criação de um protocolo ambiental nos mesmos moldes do assinado em junho por representantes do setor sucroalcooleiro e do Estado. “Vai ser importante para posicionar a cafeicultura paulista como uma cafeicultura integrada e alinhada com a tendência mundial de sustentabilidade e preservação do meio ambiente”, comentou.

Outro desafio da Câmara Setorial é atender ao desejo das lideranças regionais de promover a demarcação geográfica e o reconhecimento de suas áreas produtoras. “É uma coisa que nós não podemos deixar de lado. Nós temos que fazer. Mas é um trabalho técnico e mercadológico extremamente complicado, complexo, que vai exigir um trabalho muito grande de todos que se interessam pelo assunto”, explicou. “A Câmara Setorial tem de cumprir, nesse caso, a função de aglutinadora dos esforços e das competências de técnicos da Secretaria e do setor privado”.

Nathan defende que a demarcação geográfica seja feita a partir de um trabalho com base técnica e reconhecimento das diferentes regiões, nas regiões produtoras conhecidas de São Paulo, estabelecendo-se todas as características geográficas, altitude, latitude, condição climática, banco de dados de regime hídrico e caracterização do microclima de forma geral. “Os técnicos da Secretaria podem ajudar bastante no sentido de trabalhar esse aspecto técnico amplo. E o setor produtivo pode ajudar fazendo a caracterização sensorial dos cafés de cada região”.

10 ANOS

Nos 10 anos em que está à frente da Câmara Setorial, para a qual foi reconduzido, Nathan destaca a parceria do setor privado com os técnicos da Secretaria de Agricultura, que resultou em um projeto de marketing e na coordenação da cadeia produtiva. Além disso, cita os concursos de qualidade e a edição especial como exemplo de integração entre produtores, cooperativas, associações, sindicatos, a indústria de café, o varejo, supermercadistas, consumidores e governo. “São demonstrações de que todos estão integrados num esforço comum que é melhorar a qualidade, atender melhor ao consumidor, agregar valor na cadeia produtiva e continuar fazendo do Café de São Paulo um negócio importante”.

O Concurso Estadual de Café de Qualidade, realizado na semana passada, foi uma das principais iniciativas da Câmara Setorial, segundo Nathan. “Ele virou modelo para outros Estados e para a Abic fazer um concurso nacional. Também exemplares foram as campanhas de qualidade, feitas antes da colheita do café, envolvendo produtores com manhãs de campo por cooperativas, agrônomos, técnicos da Secretaria, que desde 1997 foram reeducando o produtor de café paulista nas boas práticas de preparação do grão. A qualidade do café de São Paulo melhorou, reconhecidamente inclusive por compradores internacionais, por causa dos conceitos que foram ensinados, da reciclagem que foi feita com as campanhas de qualidade”.

Nathan destaca, ainda, a criação da norma técnica para o café torrado e moído por parte da Secretaria de Agricultura em 2002, referência para a futura norma técnica de qualidade do café que o Ministério da Agricultura deverá editar.

Do IEA/Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento

(C.C.)