O 58º Congresso Nacional de Botânica, aberto no domingo (28/10), em São Paulo, começou com uma notícia festejada pelos especialistas da área: foi encontrada em uma das áreas de obras do Trecho Sul do Rodoanel Metropolitano uma bromélia que tinha sido incluída na lista de espécies presumivelmente extintas, publicada no dia 25 de setembro de 2004, pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado.
O anúncio foi feito pelo secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, na abertura do encontro que, durante os próximos dois dias, vai reunir mais de três mil pesquisadores, professores e estudantes que irão assistir a 30 conferências e participar de 52 simpósios, 22 minicursos e mais de 10 reuniões satélites. O evento, que terá ainda a apresentação de trabalhos voluntários em “posters” e diversas excursões botânicas, constitui-se no maior encontro já realizado na área da Botânica.
O congresso está se realizando no Centro de Exposições Imigrantes, na Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, na região sul da capital. Promovido pela Sociedade de Botânica do Brasil e organizado pelo Instituto de Botânica, órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, o evento conta ainda com uma exposição de empresas e de órgãos públicos da área de pesquisa.
A solenidade de abertura do encontro contou com a participação do secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, diretora do Instituto de Botânica, Vera Bononi, presidente da Sociedade de Botânica do Brasil, Paulo Windisch, presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. – DERSA, Tomás de Aquino, e presidente do Agrocentro, órgão que administra o Centro de Exposições Imigrantes, José Bianco, além de Luiz Mauro Barbosa, presidente do 58º Congresso Nacional de Botânica.
Graziano, em sua saudação aos congressistas, afirmou que “o governo deve apoiar mais efetivamente a pesquisa científica, para reunir os conhecimentos necessários para enfrentar problemas como o aquecimento global e o desmatamento na Amazônia”. Com essa finalidade, segundo o secretário, o orçamento que o Governo do Estado enviou para a apreciação da Assembléia Legislativa contempla os institutos de pesquisa da Secretaria do Meio Ambiente com mais recursos.
A localização da bromélia
Como exemplo dos resultados dos trabalhos dos pesquisadores, Graziano citou a descoberta da ocorrência de uma bromélia, considerada extinta, em uma área em que a DERSA vai construir o Trecho Sul do Rodoanel Metropolitano. A planta foi encontrada por uma equipe organizada pelo Instituto de Botânica que, contratada pela DERSA, está realizando o trabalho de coleta das plantas em trechos por onde vai passar a rodovia. O material coletado é encaminhado para um viveiro, para posterior destinação, prevendo-se inclusive a sua utilização em áreas de recuperação ao longo do próprio Rodoanel.
Segundo a bióloga Claudia Prudente, que integra a equipe, a bromélia, cujo nome científico é “Tillandsia linearis”, foi localizada no Lote 5 do Rodoanel, em uma área de vegetação na Estrada das Veredas, no Município de Embu das Artes, na várzea do Rio Embu-Mirim. A planta, cujo último registro de ocorrência é de 1938, tinha sido incluída na lista de espécies presumivelmente extintas, publicada no dia 25 de setembro de 2004, pela Secretaria.
De Newton Mizuho Miura, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(C.C.)
