O matemático Dimitar Dimitrov, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), câmpus de São José do Rio Preto, a convite do comitê organizador da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), liderou a seleção de alunos brasileiros que participou da 14ª Competição Internacional de Matemática para Universitários (IMC). O evento ocorreu de 3 a 9 de agosto em Blagoevgrad, na Bulgária, país natal do professor.
A competição, que reuniu cerca de 90 importantes instituições de 35 países, teve como vencedor o brasileiro Fábio Moreira, da PUC-RJ. O aluno recebeu a medalha de ouro (First Prize), prêmio que desde 2004 não era concedida a nenhum estudante. “Essa medalha destina-se ao competidor que consegue resolver as questões de forma criativa. O Fábio foi o único participante de 2007 a recebê-la”, afirma Dimitrov. Os outros brasileiros receberam medalhas de prata, bronze ou menção honrosa. Entre as Universidades participantes destacam-se Princeton, Estados Unidos; Oxford, Inglaterra; Complutense, Madri; Amsterdã, Holanda; Moscou, Rússia; e École Polytechnique de Paris, França.
Dimitrov, que é docente do Departamento de Ciências de Computação e Estatística, já havia liderado uma delegação de alunos em 2005, ano em que o País alcançou seu melhor resultado. Naquela ocasião, Alex Corrêa Abreu, da UFRJ, conquistou o Grand First Prize, destinado aos melhores colocados entre os medalhistas de ouro.
Sobre a IMC – Durante dois dias da competição os estudantes deveriam resolver 12 problemas matemáticos, elaborados por um júri internacional, do qual Dimitrov faz parte. “Há bastante debate entre os líderes na escolha dos problemas, já que todos querem aqueles mais adequados ao sistema de ensino de seu país”, relata. O fato de o docente conseguir se expressar em inglês, russo e português possibilita uma boa atuação nas discussões.
Do Brasil participaram 12 alunos de Bacharelado em Matemática, provenientes da PUC-Rio, do ITA, do IME e da UNICAMP. Os competidores foram selecionados pelo comitê da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). A organização da OBM auxilia financeiramente os estudantes, pagando as taxas de inscrição e cobrindo os gastos no local da competição. Em geral, as universidades representadas fornecem as passagens aéreas.
Na opinião do docente, poderia haver mais incentivo aos competidores brasileiros: “A maioria das universidades internacionais prepara seus alunos para as competições. Acredito que poderíamos realizar uma espécie de concentração no mês anterior à IMC”. Para Dimitrov, é importante para um jovem com talento em alguma ciência participar e ganhar uma competição. “Quando uma pessoa descobre o seu talento, torna-se muito mais fácil direcionar seus esforços”, assinala.
Da Unesp
