Brasil pode passar de importador a exportador de derivados de leite

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qua, 09/02/2000 - 19h12 | Do Portal do Governo

Identificar as diretrizes para melhorar a qualidade e a produtividade do rebanho leiteiro nacional, visando ganho de competitividade do produto e seus derivados, tanto no mercado doméstico quanto externo. Essa é a base de um plano de expansão da produção leiteira em todo o País, discutido nesta terça-feira, dia 8, pelos secretários de Agricultura de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, e de Goiás, Leonardo Vilela. A reunião, realizada em São Paulo, também contou com a participação do presidente da Leite Brasil, entidade que congrega os produtores do setor, Jorge Rubez, e do presidente do Comitê da Pecuária Leiteira da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Paulo Bernardo. ‘Ganhando qualidade e certificando essa evolução, a curto prazo o Brasil pode passar a competir nos mercados internacionais, a começar pelos países da América do Sul e da África’, observou Meirelles. Segundo o secretário paulista, a idéia básica do plano é fazer uma ação nacional, desenvolvida regional e localmente. Minas Gerais, São Paulo e Goiás são os três principais Estados produtores de leite do Brasil, respondendo por cerca de 98% dessa produção. Além disso, como o Brasil tem um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, cerca de 160 milhões de cabeças, e já atingiu altos níveis de produtividade na pecuária de corte, o mesmo desempenho pode ser obtido na pecuária leiteira. ‘A importância deste plano tem ainda maior ênfase quando se sabe que a pecuária de leite é a principal atividade econômica nas regiões mais pobres do País’, avaliou Meirelles. Em São Paulo, por exemplo, essa produção se concentra em pequenas e micro propriedades do Vale do
Paraíba. ‘Entre as 40 regiões agrícolas do Estado, a produção de leite é uma das que registram os mais baixos rendimentos por hectare, cerca de R$ 200’, acrescentou o secretário da Agricultura. A média estadual desse rendimento, segundo ele, é de R$ 665 por hectare. Nos últimos cinco anos, o Governo paulista desenvolveu programas específicos para expandir a qualidade da produção leiteira, fornecendo créditos especiais para a modernização da atividade, como no Fundo de Expansão da Agropecuária e da Pesca (Feap), cujos juros são de 4% ao ano. Financia-se, por exemplo, a compra de equipamentos de resfriamento do leite logo após a ordenha, e ainda para a compra de mini-usinas de leite, que acabam como chamado ‘leite de carrocinha’, produzido por grande número de criadores à margem do mercado formal.