Bombeiros reforçam efetivo para combater afogamentos

Este ano, 967 guarda-vidas estão atuando nas praias paulistas

sex, 22/01/2010 - 12h00 | Do Portal do Governo

Durante o verão, o Corpo de Bombeiros reforça o seu efetivo nas praias do litoral norte e sul do Estado para prevenir, orientar e conscientizar a população. Devido às temperaturas mais altas, o número de frequentadores nas praias, represas e lagoas aumenta. Com isso, os índices de afogamento crescem.

Este ano, a população dispõe dos serviços de 967 guarda-vidas atuando nas praias paulistas. Desse total, 565 são profissionais temporários, contratados por meio de uma parceria firmada com as prefeituras e com a Petrobrás. Eles trabalham sob a supervisão do Corpo de Bombeiros. Normalmente, são jovens que residem em municípios do litoral; surfistas que conhecem bem o mar, e que recebem todo o treinamento antes de iniciar a função.

De acordo com o tenente coronel Daniel Onias Nossas, comandante do 17º Grupamento de Bombeiros – Salvamar Paulista, o efetivo, tanto contratado quanto temporário, atua em todos os municípios litorâneos. “Com as contratações temporárias, as áreas de atuação e prevenção são ampliadas. Desta forma, conseguimos mais eficácia nas praias que têm maior número de frequentadores.”

Somente nos primeiros 13 dias deste ano, foram registradas 11 mortes por afogamento. Em dezembro de 2009, quando começou o verão, oito pessoas morreram afogadas. No mês de janeiro de 2009 foram registradas 21 mortes; e, em dezembro de 2008, nove mortes.

Represas e lagoas

Mas nem todas as mortes ocorrerem nas praias. Muitos casos acontecem em rios, represas, lagoas, cachoeiras e em locais isolados. Em 2009, os bombeiros atenderam 58 casos de afogamentos em represas, lagoas e piscinas. Desse total, foram: 21 vítimas fatais, 18 feridas e socorridas, e 19 salvas sem ferimentos.

Durante todo o ano, para reduzir o número de mortes por afogamento, o Corpo de Bombeiros faz campanhas educativas e de prevenção. Uma das estratégias é a entrega de folhetos informativos em locais de travessia como, por exemplo, balsas e pedágios, além da distribuição nas praias e orientação em escolas.

O comandante Onias explica que os meios de comunicação locais também contribuem significativamente com a campanha, pois divulgam dicas de segurança. “Algumas vinhetas com orientações sobre os riscos de afogamento e cuidados durante o verão são veiculadas durante o horário nobre em algumas emissoras de televisão”, argumenta.

Com o trabalho desenvolvido pelos bombeiros, os números de salvamentos são expressivos. Somente nos 13 primeiros dias de janeiro deste ano, 353 pessoas foram salvas; e, em dezembro de 2009, outras 299. O total de pessoas resgatadas no ano de 2009 chega a 2.750, conforme informou o Corpo de Bombeiros.

Primeiro passo: a prevenção 

Os bombeiros atuam inicialmente no trabalho preventivo. Devidamente treinados, eles orientam os banhistas sobre os pontos seguros e áreas que contêm correnteza por meio de placas de sinalização. Além disso, utilizam apitos para alertar as pessoas que abusam e arriscam a vida ao se afastar muito das margens da praia.

Se alguma pessoa é arrastada pela correnteza, o bombeiro, com equipamentos adequados, entra imediatamente na água e resgata a vítima até a areia. Ele está apto, se necessário, a aplicar os procedimentos de primeiros-socorros até a chegada de uma Unidade de Resgate (UR). Se duas pessoas ou mais estão se afogando, ele é orientado a pedir apoio por meio de radiotransmissor.

De acordo com o comandante Onias, para que os índices de afogamentos diminuam os banhistas também têm que colaborar cuidando da própria segurança: “Infelizmente, algumas pessoas, geralmente os mais jovens, acabam abusando e desrespeitando as orientações dos bombeiros, e colocando suas vidas em risco.” Ele reforça o lema usado pelos bombeiros: “água no umbigo, sinal de perigo.”

Somente no litoral paulista, o Corpo de Bombeiros possui 49 viaturas, dez motos, 43 botes infláveis, 40 embarcações com motores de popa e 15 Jet Ski. Além disso, conta com o apoio de aeronaves do Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAE). Durante a temporada, tem apoio de três helicópteros Águia que cobrem as regiões do Guarujá, Praia Grande e Caraguatatuba. Os helicópteros auxiliam na retirada tanto de vítimas que ainda estão na água, quanto na remoção de casos mais graves para um Pronto-Socorro mais equipado. Nos feriados de Ano Novo e Carnaval, é enviada uma quarta aeronave para cobrir a área do litoral sul, que é mais extensa.

Perfil das vítimas

Uma pesquisa realizada pelo Corpo de Bombeiros revela que as vítimas em potencial moram na Grande São Paulo, são estudantes do sexo masculino, com idade entre 15 e 18 anos, que têm o primeiro grau incompleto. A maioria dos afogamentos ocorre no domingo, tendo como causa a falta de precaução dos jovens.

Para o comandante Onias, isso ocorre porque o jovem normalmente é mais imprudente. “Eles não acatam as orientações dos bombeiros; tentam fazer tudo ao mesmo tempo, e, ainda, ingerem bebidas alcoólicas”, alerta.

Dicas de segurança para evitar acidentes e afogamentos

Segundo o Corpo de Bombeiros, normalmente, os afogamentos acontecem porque os banhistas desrespeitam as normas de segurança e os alertas. Para prevenir acidentes, os banhistas são orientados a:

– Procurar um guarda-vidas para que ele possa orientar quanto aos locais mais seguros
– Respeitar as placas que sinalizam áreas que possuem correntezas fortes e buracos. As correntezas são responsáveis por 80 % dos afogamentos em todo mundo. As correntes de refluxos de água correm da praia para o mar e podem surpreender até nadadores experientes
– Água no umbigo, sinal de perigo! Evitar águas profundas, mesmo que a pessoa saiba nadar
– Não consumir bebidas alcoólicas antes de entrar na água
– As crianças devem estar sempre acompanhadas de seus responsáveis. Além de evitar acidentes, impede que se percam no meio da multidão. Vale ressaltar que, nas praias, durante o verão, os guarda-vidas distribuem pulseirinhas que devem ser preenchidas com nome e um número de telefone de contato. Essa medida facilita a localização dos responsáveis
– Não entrar na água após ingerir lanches e demais refeições

Da Secretaria da Segurança Pública