Bolsistas do programa Frentes de Trabalho Especial recebem cartão bancário

Das 505 pessoas que se inscreveram no ano passado, 300 já iniciaram as atividades

qui, 02/02/2006 - 12h20 | Do Portal do Governo

Trezentos albergados que participam das Frentes de Trabalho do Programa Emergencial de Auxílio Desemprego (Pead) receberam do governador Geraldo Alckmin, nesta quinta-feira, dia 2, o cartão de conta corrente do Banco Nossa Caixa. Das 505 pessoas que se inscreveram no ano passado, 300 já iniciaram as atividades. Outros aproximadamente 200 inscritos estão em fase de assinatura do termo de adesão e devem começar as atividades na próxima semana.

Os bolsistas vão prestar serviço nos próprios albergues, entre os quais, limpeza, jardinagem, pintura, pequenos consertos e lavanderia. Eles também poderão atuar em oficinas nas instituições que dispõem de marcenaria, serralheria ou restaurante Bomprato, por exemplo.

As Frentes de Trabalho já existem há mais de 6 anos, porém, desde 2004, atendem também albergados. O objetivo é oferecer ocupação, renda e qualificação a pessoas desempregadas há mais de um ano. A dinâmica é a mesma das Frentes de Trabalho tradicionais. O bolsista trabalha quatro dias por semana, com jornada de seis horas diárias, e no quinto dia, passa por um curso de capacitação. Ele também recebe a bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 210, cartão alimentação de R$ 46,64, auxílio deslocamento de R$ 80 – quando houver necessidade – e seguro de acidentes pessoais de R$ 5.000, além do curso de qualificação profissional. A duração da bolsa é de 9 meses.

Com isso, os albergados têm a oportunidade de qualificar-se para a reintegração ao mercado de trabalho e pode funcionar como alavanca para o retorno ao convívio familiar, além de garantir renda no período da bolsa. O governador destacou a importância de oferecer oportunidade aos albergados. “Já temos a Frente de Trabalho, mas decidimos criar uma específica para o povo de rua”, afirmou. Ele determinou que as Secretarias do Emprego e Relações do Trabalho e da Assistência e Desenvolvimento Social que busquem vagas com a iniciativa privada para os bolsistas.

Aparecido Nogueira Candido, de 54 anos, acredita que a Frente de Trabalho será uma oportunidade para voltar ao mercado. Cardíaco, viúvo e pai de cinco filhos, Candido vive em albergue há cerca de um ano. “Quero me reintegrar ao mercado e, se for possível, alugar um cômodo para morar”, afirmou.

Com 42 anos, Israel Moreira do Carmo, contou que passou mais de 20 anos em albergues e na rua por ter sido usuário de álcool e drogas. “Consegui me livrar dos vícios. Em outubro do ano passado, me inscrevi na Frente de Trabalho e, agora, fui chamado. Me reintegrei”, considera

Para o bolsista César Augusto de Faria, o trabalho traz dignidade aos albergados.

Em 2004, o programa contou com 520 albergados inscritos. No ano passado, outros 505 pessoas se inscreveram para a Frente de Trabalho Especial.

O Programa Emergencial de Auxílio Desemprego atendeu na Frente de Trabalho, de 1999 até agora, um total de 281,9 mil pessoas com mais de 17 anos de idade, desempregadas há, no mínimo, um ano e residentes no Estado há pelo menos dois anos. O Governo paulista investiu nesse período mais de R$ 612 milhões no programa. Atualmente, a Frente de Trabalho conta com 30.701 bolsistas (número de janeiro de 2006).

Cíntia Cury