Biológico faz 80 anos e ganha obras de melhoria para obter a acreditação

Novas instalações, Laboratório de Anatomia Patológica e sala de necropsia de animais, fazem parte do processo de gestão de qualidade.

sáb, 23/06/2007 - 13h57 | Do Portal do Governo

O Instituto Biológico (IB) está comemorando 80 anos de fundação. Em cerimônia realizada na sede, na Vila Mariana, Capital, a sua diretoria inaugurou as novas instalações do Laboratório de Anatomia Patológica, batizado de Romeu Macruz, e uma sala para necropsia de animais, onde serão centralizados estes trabalhos até então feitos de forma independente em outras locais do IB, entidade vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento.

Foram investidos R$ 60 mil nas obras, recursos provenientes da Fundação do Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), organização formada por empresas da área e de outros setores industriais. O Tesouro do Estado também participou.

Acreditação

 O diretor-geral do instituto, Antonio Batista Filho, explica que as novas instalações constituem processo de gestão de qualidade, iniciado este ano. O objetivo é obter a acreditação, demonstração formal de que determinado organismo está apto a realizar tarefas específicas de avaliação da conformidade.

O instituto não determinou prazo para obter a acreditação, mas gradativamente adota mudanças para alcançá-la. “Estamos buscando mais recursos para continuar, porque é um processo caro, e vamos inseri-la no próximo plano plurianual (PPA)”, planeja Batista Filho.

O Instituto Biológico é muito procurado para trabalhos de necropsia em animais, para se verificar a causa da morte. Recebe órgãos para a realização de exames.

Criado em 1927 para pesquisar a praga do café no Estado, é hoje um dos mais conceituados centros brasileiros de estudos em sanidade animal e vegetal. Batista Filho conta que é o maior entre os seis credenciados no Brasil pelo Ministério da Agricultura para monitoramento sorológico da febre aftosa.

O diretor-geral assegura ser intensa a participação do instituto nas campanhas sanitárias nacionais na área animal e vegetal. Na primeira, estão as doenças febre aftosa, raiva, tuberculose e brucelose. Na outra, encontram-se cancro cítrico e clorose matizada do citros.

Sigatoka negra

Batista Filho ressalta que 90% dos exames brasileiros de controle de sêmen de touros para reprodução são feitos no IB. São produzidos ainda imunobiológicos e estimula-se a utilização de novos bioinseticidas no agronegócio. Centro de referência na área, o conteúdo das pesquisas e de novas tecnologias é publicado em suas revistas científicas e em outros órgãos de divulgação, no Brasil e no exterior. São sete centros de pesquisa no IB.

Na área vegetal, pesquisa e presta serviços de controle das principais pragas e doenças. Em meio ambiente, estuda e executa ações que buscam a sustentabilidade da agricultura e produção de alimentos dentro dos padrões exigidos pela legislação em vigor. O instituto atua na análise de resíduos de agrotóxicos em frutas, verduras, leite e meio ambiente.

Batista Filho informa que a entidade que dirige é a única no Brasil que trabalha na detecção da sigatoka negra, principal praga que ataca bananas em alguns Estados brasileiros. “Realizamos exames em amostras vindas de todo o País”, diz o diretor.

No ano passado, foram feitos 200 mil diagnósticos nos laboratórios do IB. A produção de antígenos (substância que forma anticorpos no animal), para brucelose e tuberculose, ficou em 2,5 milhões de doses: 1,7 milhão para utilização em São Paulo e o restante em outros Estados. Para este ano, prevê Batista Filho, a produção da substância deverá alcançar 2,8 milhões.

Romeu Macruz, o médico veterinário que dá nome ao Laboratório de Anatomia Patológica, trabalhou no Biológico de 1960 até setembro do ano passado. Atualmente, pratica seus conhecimentos no Jockey Club, na Capital. Macruz tem no seu currículo a necropsia de mais de dez mil cavalos, na busca pela causa das moléstias que os levaram a óbito, tornando-se referência mundial na sua área.

Ganhador de nove prêmios, publicou mais de 200 trabalhos em revistas científicas. Cerca de 180 foram apresentados em congressos. Suas palestras somaram mais de cem. Macruz também foi examinador de candidatos para residência na Faculdade de Medicina Veterinária da USP durante 24 anos.

SERVIÇO

Instituto Biológico

Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1.252 – Vila Mariana – São Paulo

Telefone (11) 5087-1700 – *Site www.biologico.sp.gov.br*

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial