Biocombustíveis buscam novos mercados

Pesquisador do IPT participou de seminário sobre o assunto na Jamaica e faz um balanço

sáb, 08/09/2007 - 10h44 | Do Portal do Governo

A convite da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, o pesquisador e diretor do Centro de Metrologia Química do IPT, Antonio Bonomi, participou do seminário “Biofuel Production and its Regulatory and Economic Frameworks” em Kingston – Jamaica, nos dias 7 e 8 de agosto. Organizado pela Embaixada do Brasil na Jamaica, com colaboração da empresa “The Petroleum Corporation of Jamaica”, o seminário focou as estratégias implementadas no Brasil relativas à produção de biodiesel e seus aspectos econômicos e regulatórios. Durante os dois dias do evento, especialistas brasileiros e jamaicanos abordaram as questões sobre a produção, pesquisa e desenvolvimento do biodiesel no Brasil e sua potencial produção na Jamaica, investimentos em energia agrícola e ainda aspectos econômicos, políticos e sociais do mercado brasileiro.

O evento vem ao encontro da política brasileira que busca expandir o mercado de biodiesel e de etanol, reforçando a importância desses produtos como fontes alternativas de energia aos combustíveis fósseis. Para que os biocombustíveis tenham projeção global e, portanto, viabilidade econômica, é necessário que sejam reconhecidos internacionalmente e, neste caso, a Jamaica já é uma porta para o mercado norte americano de etanol. “Este evento é um esforço do governo brasileiro em ampliar o mercado para estes produtos, incorporarando novos usuários e atores. Esta cooperação, ainda no que se refere ao etanol, interessa a ambos os países. Para o Brasil, ao criar condições de atingir o consumidor dos EUA e, para a Jamaica, que pese ser um produtor de açúcar e rum, representa uma oportunidade de atrair investimentos e tecnologias na área de produção do etanol. Quanto ao IPT, foi uma oportunidade de divulgar seus trabalhos desenvolvidos na área dos biocombustíveis. Ao Instituto coube abordar as questões relativas à qualidade, área em que temos um bom domínio, já desenvolvemos trabalhos junto à Secretaria da Fazenda de São Paulo e à ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, fazendo testes de qualidade. Fora isso, há ainda um grande número de clientes particulares que nos procuram. Portanto, eventos como este ajudam a divulgar o nome da instituição tanto no contexto nacional quanto no internacional”, analisou Bonomi.

Neste contexto, cabe lembrar os projetos de pesquisa desenvolvidos pela equipe do Laboratório de Energia Térmica, Motores, Combustíveis e Emissões do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas do IPT com biodiesel e outras fontes de energia. Embora o resultado das discussões, obtido até o momento entre os dois países, encontre-se em um estágio incipiente, essa aproximação com a Jamaica está diretamente ligada à produção do álcool brasileiro, pois parte dela é exportada para aquele país. Lá é transformado de hidratado (concentrações entre 7% a 8% de água) em anidro (concentrações de água próximas a zero) por meio da tecnologia de peneiras moleculares, o que permite misturá-lo à gasolina, sendo reexportado para o mercado norte-americano com isenções alfandegárias. Outro fator a ser considerado é a política de governo, que busca maior aproximação regional com os países latino-americanos. Além disso, para o governo brasileiro, o biodiesel é um caminho possível. Já existem contatos neste sentido com países como, por exemplo, Costa Rica, Colômbia e Paraguai. “Acredito – afirmou Bonomi – que para o Brasil não haverá ganhos tecnológicos de imediato, o mais importante neste momento é a expansão do mercado e, futuramente, a venda de serviços. Especificamente para o IPT, abre-se a possibilidade de assessoramento às empresas quanto à tecnologia de produção e uso dos biocombustíveis e ao controle de qualidade.”

Do Instituto de Pesquisas Tecnológicas

(I.P.)