O papa Bento XVI abriu em Aparecida os trabalhos da Quinta Celam (Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe) no início da tarde deste domingo, 13. O evento foi o último compromisso oficial que o pontífice teve no Brasil antes de voltar para o Vaticano. A conferência, que vai discutir o futuro da igreja, continua até o dia 31 de maio.
Os trabalhos tiveram início às 16 horas no Santuário Nacional de Aparecida. Antes do discurso de Bento XVI, foram cantados o Salmo 109 e o Pai Nosso, em latim. No começo de sua fala, em espanhol, o papa citou “o secularismo, o hedonismo, a indiferença e o proselitismo de numerosas seitas e novas expressões pseudo-religiosas” como culpados pelo “enfraquecimento da vida cristã no conjunto da sociedade”.
Bento XVI ressaltou a importância da família durante seu pronunciamento, quando foi aplaudido. Segundo ele, as famílias são “um patrimônio da humanidade e constituem um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos”. Ao todo, o pontífice foi aplaudido por quatro vezes.
Após uma breve interrupção, Bento XVI retomou seu discurso dirigindo-se novamente aos jovens. Para ele, a juventude tem “a tarefa de opor-se às fáceis ilusões da felicidade imediata e dos paraísos enganosos da droga, do prazer, do álcool, junto com todas as formas de violência”.
A conferência reúne 266 bispos representantes de países da América Latina e do Caribe e, portanto, é realizada em espanhol. O tema desta conferência é “Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nossos povos nele tenham vida”. A conferência é presidida pelo arcebispo de Santiago do Chile, o cardeal Francisco Javier Errazuriz. Rio de Janeiro, Medelin, Puebla e Santo Domingo foram as cidades que receberam anteriormente a conferência católica. A capital fluminense foi sede da conferência em 1955, durante o pontificado de Pio XII.
Depois da conferência, o papa vai de carro ao heliporto de Aparecida e de lá segue de helicóptero até o aeroporto de Guarulhos. Bento XVI embarca às 20h15 deste domingo para Roma.
Cleber Mata / Manoel Schlindwein