Barro Branco: De quarto da lista de espera a primeiro da turma

Antonio César Ferrari Marcolino, 28 anos, tentou cinco vezes ingressar na Academia de Polícia Militar

qua, 17/12/2008 - 10h19 | Do Portal do Governo

Antonio César Ferrari Marcolino, 28 anos, tentou cinco vezes ingressar na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Na última, por pouco não ficou de fora: foi o quarto na lista de espera. No curso, porém, a situação se inverteu: tornou-se o primeiro da turma. O jovem lembra que o interesse pela vida militar surgiu quando estava no Tiro-de-Guerra, em Avaré. “No mesmo ano, fiz concurso para soldado do Corpo de Bombeiros. Aprovado, veio o desejo de progredir na carreira, e aí passei a prestar vestibular para a Academia do Barro Branco”, conta. Casado e pai de uma menina de três anos na época em que ingressou na instituição, teve de abdicar do contato diário com a filha para estudar. Contou com a esposa, que trabalhou para ajudar na manutenção da casa. “Se não fosse ela, dificilmente teria cabeça para estudar, concentrar no curso”, revela.

Deivid Gabriel de Melo, 27 anos completados no dia da formatura, fez três anos de cursinho para ingressar na instituição. Estudava dia e noite, recorda. “A Fuvest é muito difícil para quem vem de escola pública”. Segundo o formando, que chegou de Itumbiara (Goiás), os pais se sacrificaram para que ele estudasse. “Meu pai era empregado num sítio. O dinheiro que conseguia retirando leite ajudava a pagar meus estudos”. “Quem está aqui é porque gosta”, afirma Thais Cipolla, 24 anos, que estava prestando vestibular para Medicina, quando conheceu a academia e a carreira, e “me apaixonei completamente”. Um dos desafios, segundo ela, é estar sempre no nível do masculino. Para a 1º tenente Silvia Tasso, também professora da instituição, a mulheres têm evoluído ano a ano no curso.

95 anos

A instituição foi criada em 1913, mas recebeu seu nome atual (Academia de Polícia Militar do Barro Branco) em 1978. Até 1944, funcionou no bairro da Luz, transferindo-se, a partir daí, para o bairro do Tucuruvi, capital. A denominação Barro Branco se refere à área que ocupa. Em 1842, esse espaço era utilizado como invernada da então Companhia de Cavalaria (da guarnição de São Paulo), do Exército. Com cerca de 700 alunos, ocupa área de preservação ambiental com 24 alqueires. No local, há dois câmpus, por onde se distribuem o prédio principal (com o quadro administrativo e salas de aula), alojamentos, estande de tiros, destacamento montado, estrutura desportiva (incluindo ginásio de esportes, quadras poliesportivas e salas de musculação), estrutura de lazer (com biblioteca, sala de TV e Internet), entre outras instalações.

Paulo Henrique Andrade

Da Agência Imprensa Oficial