Atelier Amarelo recebe inscrições até quarta-feira

Aberto à visitação pública, o casarão que abriga o Atelier Amarelo tem nove estúdios

seg, 30/07/2007 - 15h05 | Do Portal do Governo

O casarão que fica no número 23 da rua General Osório, no bairro da Luz, Capital, prepara-se para abrigar novos e criativos moradores. É que a Secretaria Estadual da Cultura já está selecionando os participantes da terceira edição do projeto Atelier Amarelo. As inscrições para a edição 2007, cujo tema é “Cidade, Corpo Radial”, encerram-se na próxima quarta-feira, 1º de agosto.

Trata-se de um espaço de imersão total na arte, como os curadores do Atelier Amarelo definem o projeto, coordenado pela Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico (UPPM). Ali os artistas plásticas selecionados para o projeto residem durante cinco meses, com curadoria encabeçada por Maria Bonomi e que inclui nomes como João Spinelli e Cildo Oliveira.

Aberto à visitação pública, o casarão que abriga o Atelier Amarelo tem nove estúdios, com banheiros privativos, uma sala para administração, um salão para convivência coletiva, uma portaria, telefone comunitário e suporte técnico. Ali os artistas plásticos selecionados convivem com outros artistas e com os curadores do projeto.Diálogo com a cidade

Porém, a atuação dos artistas não fica restrita às dependências do casarão. Conviver com os moradores da região e interagir com a cidade também são objetivos do projeto. Nas duas edições anteriores, vários artistas criaram obras ao ar livre, atraindo a atenção de quem dos moradores do bairro da Luz.

O diálogo com a cidade de São Paulo é um dos aspectos importantes do projeto. “Numa cidade grande, em geral se estabelece um diálogo entre o centro e a periferia, com troca de informações, conhecimento, história”, diz João Spinelli. Daí a importância de recuperar uma região central histórica como a Luz para que esse diálogo não fique prejudicado. “Nosso projeto quer pensar o cidadão, a cidade e a arte em conjunto”.

Esse objetivo foi alcançado nas edições anteriores: houve um projeto que trabalhava com a identidade de moradores de rua; outro propunha o reflorestamento da praça em frente à Estação Pinacoteca – o espaço cultural que ocupa o antigo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) –, com plantas vermelhas lembrando a trajetória dos presos políticos que por ali passaram.Momento de reflexão

O professor João Spinelli, que fez parte também das edições anteriores, conta que os ex-residentes estabeleceram uma boa relação com o entorno do prédio. “O projeto pretende que eles pensem a cidade, o momento atual, a vida nos centros urbanos e suas grandes problemáticas”, explica.

Esta é uma das razões para que o projeto seja instalado no centro da capital paulista, próximo a locais como a Sala São Paulo, a Estação Pinacoteca, a Estação da Luz e o Museu da Língua Portuguesa. “Queremos, na medida do possível, que eles possam entender o mundo em que vivem. É um momento de reflexão que possibilitamos, para que possam pensar o outro, a cidade e a comunidade”, afirma Spinelli.

Durante o período que residem no prédio, os alunos são estimulados a freqüentar exposições, ir ao cinema, assistir espetáculos de teatro e música. Para o curador, acompanhar o andamento da arte em São Paulo ajuda a produzir melhor.

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