Atelier Amarelo abre inscrições para 3ª edição

Matrícula pode ser feita até 1º de agosto; leia o edital do programa

qui, 26/07/2007 - 18h46 | Do Portal do Governo

Um espaço de imersão total na arte. É assim que os curadores do Atelier Amarelo, da Secretaria do Estado da Cultura, definem o projeto. O Atelier, que já abriu suas inscrições para a edição 2007, com o tema “Cidade, Corpo Radial” é um projeto de residência para artistas plásticos com duração de cinco meses, coordenado pela Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico (UPPM). A curadoria, encabeçada por Maria Bonomi, inclui nomes como João Spinelli e Cildo Oliveira.

As inscrições vão até 1º de agosto. Para participar é necessário apresentar um projeto à Secretaria. Serão selecionados nove projetos de artistas, sendo cinco do interior e os demais da capital. Os interessados devem retirar as fichas de inscrição e o edital na Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico, setor de expedição, à Rua Mauá, 51, 2.º andar, sala 201, Luz, São Paulo, Capital, das 10 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. O candidato também poderá se inscrever pelo correio, imprimindo o Edital e as fichas de inscrição pelo site da Secretaria da Cultura: www.cultura.sp.gov.br. Cada artista poderá concorrer com apenas um projeto.

Os selecionados terão à sua disposição um espaço cedido pela Secretaria, num casarão antigo no número 23 da rua General Osório, aberto à visitação pública. São nove estúdios, com banheiros privativos, uma sala para administração, um salão para convivência coletiva, uma portaria, telefone comunitário e suporte técnico. Ali eles convivem com outros artistas e com os curadores do projeto.

Não damos aulas, mas discutimos o projeto das pessoas”, explica Cildo Oliveira. “O Atelier Amarelo é um espaço de reflexão sobre linguagens das artes plásticas contemporâneas”. O bolsista já chega com assunto e técnica definidos para seu trabalho; mas, segundo Cildo, não é raro que o projeto, em contato com o ambiente criativo do Atelier, mude radicalmente.

Outro aspecto importante do programa é o diálogo com a cidade de São Paulo e, mais particularmente, com o bairro da Luz, onde está sediado. “Numa cidade grande, em geral se estabelece um diálogo entre o centro e a periferia, com troca de informações, conhecimento, história”, diz João Spinelli. Daí a importância de recuperar uma região central histórica como a Luz, para que esse diálogo não fique prejudicado. “Nosso projeto quer pensar o cidadão, a cidade e a arte em conjunto”. 

Em edições anteriores, houve um projeto que trabalhava com a identidade de moradores de rua; outro ainda que propunha o reflorestamento da praça em frente à atual Pinacoteca – antigo DOPS, Departamento de Ordem Política e Social – todo com plantas vermelhas, lembrando a trajetória dos presos políticos que por ali passaram.

Os participantes de edições anteriores do Atelier Amarelo fazem a maior propaganda do projeto. O pintor Henrique Oliveira, que esteve na edição de 2005, diz que, para ele, o Atelier propiciou um tempo diferente de produção, “mais lento que o das exposições, e um pouco mais acelerado do que o de um atelier próprio. Meu trabalho, ali, teve um ponto de inflexão muito importante”, diz ele, que transformou seu estúdio no local numa instalação.

O artista plástico Márcio Donasci, que foi selecionado para participar do projeto em 2006, e criou na residência o seu Outzider, usou o entorno do bairro como matéria-prima de seu trabalho. “É uma região pesada, que te contamina, mais ou menos como no trabalho de Maria Bonomi, Infecção da Memória”, ele lembra. Donasci, que criou até comunidade no Orkut para divulgar o Atelier, diz que se possível participaria de novo do projeto. Mas a vez, agora, é de outros artistas…

Veja o edital do concurso.

Da Secretaria da Cultura