As verdades sobre trabalho, dinamismo e pujança do estado mais rico do país parecem se repetir quando o assunto em pauta são as rodovias. São Paulo detém um título de fazer inveja a qualquer outro ente federado: as vinte melhores estradas do país estão em solo paulista. Quem faz a constatação é a CNT, Confederação Nacional dos Transportes, entidade sindical com sede em Brasília que reúne federações de todo o país.
Os resultados estão na Pesquisa Rodoviária CNT 2006, fruto do trabalho de 15 equipes que durante 39 dias avaliaram 100% da malha federal pavimentada e também os principais trechos sob gestão estadual e sob concessão. O estudo enfoca o estado geral de conservação das rodovias levando em consideração as condições do pavimento, sinalização e geometria da via. O trabalho também analisou a infra-estrutura de apoio, como a presença de borracharias, praças de pedágio, balanças e postos da Polícia Rodoviária.
A Rodovia dos Bandeirantes (SP 348) arrematou o primeiro lugar na pesquisa. O trecho de 170 quilômetros entre a capital e a cidade de Limeira foi o único a ganhar 100% em todos os quatro quesitos principais – estado geral, pavimento, sinalização e geometria. Ela atravessa as cidades de Jundiaí, Campinas, Hortolândia, Santa Bárbara do Oeste, Limeira e Cordeirópolis e é uma das principais responsáveis pelo escoamento da produção do interior paulista para o Porto de Santos.
Na seqüência figura a SP-070, rodovia que liga Taubaté à capital. A pista que dá acesso ao Parque Ecológico do Tietê, aeroporto de Cumbica e ao Terminal Intermodal de Cargas tem duas funções chave. Ela atua tanto no alívio dos congestionamentos na Via Dutra (BR-116) como serve de alternativa para os motoristas que se deslocam da capital rumo ao Vale do Paraíba e ao Rio de Janeiro.
Não é à toa que o governador José Serra não cansa de repetir que o modelo de concessões adotado pelo governo paulista é um sucesso e deve prosseguir. Quem compartilha das mesmas opiniões do governador é o diretor da seção de cargas da Confederação Nacional dos Transportes, Flávio Benatti. “É impossível negar que há grande melhoria nas rodovias que passam pela privatização. Este é um modelo vitorioso”. Segundo ele, o trabalho desenvolvido na Bandeirantes é exemplar. “Ela se enquadra realmente em todos os padrões técnicos que temos no país”, ressalta.
A grande campeã
O nome da rodovia número 1 do país faz homenagem aos bandeirantes que desbravaram o interior do Brasil a partir do litoral paulista. Inaugurada no dia 28 de outubro de 1979 pelo presidente Ernesto Geisel e pelo governador Paulo Egydio Martins, a Bandeirantes completa agora 28 anos. A transferência da administração da rodovia para uma concessionária privada, a AutoBan, ocorreu em maio de 1998 e a concessão vale por 20 anos. O órgão gestor é Artesp – Agência de Transporte do Estado de São Paulo.
“Sem dúvida a Bandeirantes é importantíssima para toda a região de Jundiaí”, afirma Jorge Yatim, secretário de desenvolvimento econômico do município, cortado pela rodovia. Ex-funcionário da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), onde atuou durante 20 anos, Yatim sabe bem o que significa a importância de uma estrada em boas condições. O benefício não se constata apenas na satisfação dos motoristas, mas também nos avanços econômicos. “Jundiaí se tornou um pólo de atração de empresas porque, além de sua qualidade de vida, tem localização privilegiada, proporcionando enormes ganhos logísticos para os empresários”, explica.
Maurício Vasconcellos, presidente da AutoBan, justifica a boa avaliação da Bandeirantes na pesquisa da CNT: “Com a dedicação de todos os colaboradores e investimentos expressivos na operação, manutenção e ampliação da malha viária sob sua responsabilidade, a AutoBan vem cumprindo o compromisso de prestar a seus usuários o melhor serviço no setor de concessão de rodovias”.
Dentre as obras implementadas na rodovia, Vasconsellos destaca a construção da quarta faixa de tráfego nas duas pistas da Rodovia dos Bandeirantes, entre os quilômetros 14,5 e 47. A mudança ampliou a capacidade e fluidez do tráfego no trecho entre São Paulo e Jundiaí, beneficiando uma das regiões com maior volume de veículos do sistema.
Outra intervenção que merece destaque é o prolongamento da Bandeirantes, maior obra realizada pela AutoBan desde o início da concessão. São 78 quilômetros de extensão, que ligam as cidades de Campinas à Cordeirópolis. A obra foi inaugurada ao tráfego em duas etapas: em junho de 2001, de Campinas a Santa Bárbara do Oeste, e em dezembro de 2001, de Santa Bárbara a Cordeirópolis.
“Estabelecemos um excelente relacionamento com as comunidades lindeiras, desenvolvendo programas de educação para o trânsito, preservação do meio ambiente e respeito à vida, baseados em uma política de atuação que vai além das pistas. Nossa meta permanente é reduzir os índices e a gravidade dos acidentes nas rodovias administradas pela AutoBan. Por isso, investimos sempre em obras de engenharia, fiscalização, sistemas operacionais e programas sociais”, diz o presidente da AutoBan.
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Manoel Schlindwein
