Arquivo Público promove exposição virtual sobre Revolução de 1924

Internauta poderá conhecer um pouco mais sobre a revolução em nove "salas" ricas em textos e ilustrações

ter, 21/09/2010 - 20h00 | Do Portal do Governo

Se você quer conhecer um pouco mais sobre a Revolução de 1924, um dos momentos marcantes da história brasileira, acesse o site do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Entre os documentos que serviram de base para esta exposição virtual estão processos criminais instaurados contra os rebeldes após a Revolução de 1924 e cartas dos líderes deste movimento, além de jornais e revistas da época. A Revolução de 1924 é contada em nove “salas” ricas em textos e ilustrações.

Um pouco de história

O Brasil do início do século XX foi marcado por um período de crise econômica, motivada pela queda das exportações causadas pela Primeira Guerra Mundial, e uma crise política gerada pela insatisfação de alguns grupos com a chamada política café com leite. Esse cenário fez eclodir uma série de levantes contra o regime no Rio de Janeiro, em 1922; em São Paulo, em 1924 e seguiram até o final dos anos 1920 com a Coluna Prestes no interior do Brasil.

Os “revolucionários” de 1924 eram em sua maioria tenentes e capitães do setor intermediário das Forças Armadas. O conflito propriamente dito aconteceu entre os dias 5 e 28 de julho e é considerado o mais violento já ocorrido na cidade de São Paulo. Essa data foi escolhida para fazer referência a outro movimento tenentista: Revolta do Forte de Copacabana, conflito armado entre o Governo Federal, representado pela figura do Presidente da República e parte das Forças Armadas, no dia 5 de julho de 1922.

A cidade de São Paulo foi escolhida como marco inicial pelos militares para começar uma Revolução que deveria tomar o Brasil. O plano dos “revolucionários” era controlar a cidade, bloquear ferrovias, telefones e telégrafos, impedindo o Governo Federal de reagir. Entre as trágicas consequências deste conflito estão mais de mil vítimas fatais e quatro mil feridos, além da destruição de bairros como Brás, Mooca, Cambuci, Belenzinho e Ipiranga, os mais atingidos. No dia 28 de julho, as tropas rebeldes saíram de São Paulo e a cidade tentou se recuperar dos estragos.

Apesar de derrotados, os “revolucionários” não deixaram de influenciar outros movimentos da época. Parte das tropas rebeldes se juntaria à Coluna Prestes, vinda do Sul, para formar a Coluna Miguel Costa-Luis Carlos Prestes, que denuncia problemas sociais e políticos do Brasil. A Revolução de 1924 não teve o apoio dos conservadores, tampouco foi planejada pela elite paulista, como ocorreria na Revolução de 1932, o que explica o esquecimento desse episódio da história de São Paulo.

A revolução na sala de aula

A exposição é um recurso pedagógico que também pode ser aproveitado pelo professor, já que possibilita discutir com os seus alunos documentos produzidos na época dos acontecimentos. Além de documentos e textos explicativos, professores e alunos ainda têm acesso a 11 atividades pedagógicas para trabalho em sala de aula, preparadas de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para as séries do ensino fundamental.

O Núcleo de Ação Educativa foi o responsável por pesquisar fontes bibliográficas e documentais para montar a exposição virtual, além de criar as atividades pedagógicas. Foram aproximadamente quatro meses de preparação até a exposição ir ao ar. Completam a exposição uma listagem com referência a outros documentos que tratam o tema, indicações de leitura e links interessantes sobre o período.

Sobre o Arquivo Público 

O Arquivo Público do Estado de São Paulo é um dos maiores arquivos públicos brasileiros. Vinculado à Casa Civil do Estado de São Paulo, sua função é formular uma política estadual de arquivos e recolher, tratar e disponibilizar ao público toda documentação de caráter histórico produzido pelo Poder Executivo Paulista. A instituição mantém sob sua guarda aproximadamente seis mil metros lineares de documentação textual permanente, 17 mil metros de documentação intermediária, 900 metros de material iconográfico, grande quantidade de jornais e revistas e uma biblioteca de apoio à pesquisa com 45 mil volumes.

Do Arquivo Público do Estado