Aprendendo no Palácio

Olhos atentos ao entrar num palácio – um espaço diferente do cotidiano dos jovens paulistas. O piso, as grandes escadarias, os quadros e até o lustre chamam a atenção. Os curiosos são estudantes ou adolescentes em processo de inclusão social, provindos de ONGs, postos de saúde ou centros comunitários. O espaço suntuoso, o Palácio dos Bandeirantes, mantém programas de visitações especiais para este público.

Assim que chegam os alunos são recepcionados, ainda nos ônibus, por uma dupla de educadores do Palácio que possuem graduação em história e arte. Ao todo, o espaço mantém 6 profissionais que se revezam entre as visitas agendadas. “Não somos apenas monitores, estamos aqui justamente para dar uma explicação aprofundada a estes alunos”, diz o educador Luciano Ruas, que com Luciana Souza acompanha uma classe de alunos estaduais. O grupo em questão participa do Projeto Cultura é Currículo, que leva os alunos da rede a espaços culturais para proporcionar o ensino também fora da sala de aula.

O primeiro passo da visita são as orientações de como agir em um museu, por exemplo, manter distância das obras, silêncio durante a explicação e tirar fotos sem flash. Logo após, os alunos ganham papel e lápis para desenharem e escreverem o que mais gostarem e também para anotarem as dúvidas.

Ao começar a visita, o grupo de estudantes tem uma surpresa: uma exposição sobre a morte. Em cartaz até agosto, a mostra “Vida após a Vida – Testemunhos da Passagem” apresenta como culturas diferentes celebram seus mortos. As alunas Ana Claudia Krauss e Michele Morgado passam atentamente pelas urnas marajoaras tentando adivinhar o que os desenhos grafados nelas podem significar. “Adoro quando a gente visita museus. É a terceira vez que faço esse tipo de visita e acho bem mais legal e fácil para aprender”, diz Michele.

No último espaço, um sarcófago é a atração principal. “Meu sonho era ver coisas egípcias. Eles são nossos antepassados que traçaram a ordem natural do ser humano”, diz, com ar de especialista, o estudante Matheus Henrique de Oliveira, que acompanha cada passo dos educadores lançando perguntas e curiosidades.

Os alunos também conhecem a exposição de fotografias “Valdir Cruz – fotografias: Sinfonia de um viajante”, sobre a cultura indígena da tribo Yanomami e quedas d’água do Paraná. A mostra fica no Palácio até 26 de julho.

No final da visita, o grupo recebe também um livro com exercícios relacionados para continuarem o desenvolvimento do aprendizado em sala de aula. O passeio pode durar de uma a três horas. No momento do agendamento dos grupos, que podem ter de 10 a 40 pessoas, o interessado escolhe se deseja visitar o acervo permanente do Palácio ou as exposições temporárias. “Este passeio é muito importante para trazer a riqueza cultural que a escola não oferece. Aqui, eles aprendem a importância do conhecimento cultural, além da preservação da história e, até mesmo, da cidade, visitando o Palácio do Governo”, diz a coordenadora da Escola Estadual Profº Francisco Voccio, acompanhando sua turma de alunos.

Além de grupos de crianças e adolescentes, o Palácio tem programas específicos para grupos de idosos e atende qualquer pessoa que queira realizar a visita monitorada, desde que seja realizado o agendamento prévio.

Palácio do Bandeirantes

O Palácio dos Bandeirantes é sede do Governo do Estado de São Paulo e residência oficial do governador. A construção foi iniciada no primeiro semestre de 1954 e em março de 1970, sob o governo de Abreu Sodré, o palácio tornou-se a sede definitiva do governo paulista.

Além do Bandeirantes, o Governo de São Paulo possui outros dois palácios oficiais: o Palácio do Horto, também na capital, e o Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão.

Serviço

Palácio dos Bandeirantes
Avenida Morumbi, 4.500 – Portão 2
Informações: 2193-8282 – monitoria@sp.gov.br
Agendamento Eletrônico: www.acervo.sp.gov.br
Aberto ao público das 10 às 17 horas, de terça a domingo
Entrada e Estacionamento: gratuitos