Aparelho da polícia científica detecta resíduos microscópicos

É capaz de detectar resíduos microscópicos e utiliza técnica não-destrutiva

qui, 05/02/2009 - 10h52 | Do Portal do Governo

A Polícia Técnico-Científica ganhou novo aliado na busca de provas e na análise de materiais coletados em cenas criminais. A Secretaria Nacional de Segurança Pública financiou a importação de um Espectrômetro de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) dos Estados Unidos. Ele vai auxiliar a identificar amostras recolhidas em trabalhos de perícia. Custou R$ 510 mil e foi instalado no Núcleo de Química do Instituto de Criminalística (IC), na capital. É capaz de detectar resíduos microscópicos e utiliza técnica não-destrutiva, ou seja, preserva o material mesmo após a análise. Pode ser utilizado para examinar sólidos, líquidos e pastas.

O equipamento possui, ainda, biblioteca acoplada (banco de dados que compara substâncias e indica quais componentes compõem a amostra em questão). “Ele tem uma lente de aumento de até 1,3 mil vezes e uma microssonda de infravermelho. Permite analisar uma partícula de 10 mícrons, o que equivale a um milésimo de milímetro”, informa Daniel Morais, da fabricante EBCO Systems. Segundo Morais, a análise de material feita pelo FTIR é muito mais complexa. “Em uma mistura de pós, por exemplo, um aparelho normal detectaria os dados médios da mistura, enquanto o FITR, através da luz polarizada, é capaz de separar cada componente da amostra e permitir análises individuais e mais precisas das substâncias”, esclareceu.

Treinamento – Cinco peritos do Núcleo de Química do IC foram treinados por Morais para manipular o FTIR. Em breve, mais cinco farão o curso que compreende três etapas: microscopia óptica, espectrometria de infravermelho e softwares de análise. A primeira etapa consiste em aprender a manipular o microscópio e a analisar as amostras invisíveis a olho nu. A segunda, voltada para a manipulação da microssonda de infravermelho, ensina a coletar dados a partir das amostras analisadas. E a última é dedicada ao Grams, software que permite ao perito identificar substâncias que compõem a amostra, além de análise detalhada e conclusões a respeito da coleta.

Sirley Soares, da Diretoria do Núcleo de Química do IC, considera importante a aquisição do equipamento. Com relação à sua utilidade prática, garante que se for analisado um material que aparenta ser explosivo, o FTIR pesquisa na biblioteca e indica qual é o seu tipo, por exemplo, TNT. “Num cenário de crime ligado ao tráfico de drogas, se coletamos uma amostra que aparenta ser cocaína, o FTIR comprova ou não a nossa suspeita. A partir daí, utilizamos outra técnica para confirmar o que o aparelho aponta”.

Da Secretaria de Segurança Pública