Anticorpos devem estar disponíveis em 6 anos

As substâncias estudadas podem abranger tumores sólidos, como os de ovário, cabeça e pescoço, pulmão e próstata

qui, 09/08/2007 - 11h40 | Do Portal do Governo

Conhecer o potencial geral desses anticorpos ainda é difícil, segundo a coordenadora do projeto, Ana Maria Moro. “A abrangência de tumores a serem tratados com essas substâncias dependerá do andamento dos ensaios imunoistoquímicos”, observa. No caso dos quatro anticorpos alvo do projeto, o potencial deles é para tumores sólidos, como ovário, cabeça e pescoço, pulmão e próstata, que se caracterizam por formar espécie de massa no organismo. Essas substâncias não se aplicam, em princípio, a tumores que circulam num meio líquido, como os de sangue (leucemias) e medula.

O Lewis Y, anticorpo em fase mais avançada de desenvolvimento, foi investigado em alguns pacientes no exterior e deve passar por fase 2 de pesquisa clínica no Brasil. Inicialmente, o ensaio será em tumores de ovário, embora esteja prevista, posteriormente, utilização em ensaios clínicos de outros tumores.

Dez pesquisadores do Butantan e outros 33 das instituições parceiras trabalham no projeto. Com relação ao prazo em que estarão disponíveis, Ana Maria afirma que é difícil precisar. Isso porque, quando se lida com processos biológicos, há várias surpresas no meio do caminho, e também o acaso. Para se ter idéia, nos testes do medicamento em pacientes é preciso esperar alguns meses para se obter respostas do organismo, ou seja, ver se houve regressão ou parada no crescimento do tumor ou ainda aumento da sobrevida. Em muitos casos, esse medicamento necessita voltar para o laboratório, para passar por ajustes. Por isso, a previsão mais otimista em relação ao Lewis Y – o que se encontra em fase mais avançada de pesquisa – é de que leve ainda seis anos para estar disponível.