Análise de árvores aperfeiçoada

Trabalho multidisciplinar do IPT resultou em técnica mais segura para estimativas de risco de queda de árvores em áreas urbanas

seg, 16/04/2007 - 20h04 | Do Portal do Governo

Reconhecido durante o Encontro Paulista de Arborização Urbana, realizado em Piracicaba no início do mês de abril (2007), trabalho dos pesquisadores do IPT intitulado ”Diagnóstico e Análise de Risco de Queda em Árvores Urbanas” traz avanços na área. Agora reunindo métodos de biomecânica e análise estrutural o processo de avaliação apresenta maior segurança na determinação da probabilidade de queda.

O trabalho apresentado na ocasião é fruto de um estudo desenvolvido pelo CT-Floresta para a Prefeitura de São Paulo, entre 2003 e 2004, que reuniu especialistas das áreas de engenharia civil, florestal, agronômica, biologia e em estudos dos ventos, solo e cálculo. A equipe interdisciplinar foi capaz de definir, com os critérios escolhidos, três classes de alerta: mínimo (para árvores com pequeno risco de queda nos próximos cinco anos), moderado (para aquelas que o apresentassem entre dois e cinco anos) e máximo (para árvores com risco de queda em menos de dois anos). Takashi Yojo, engenheiro envolvido no projeto, explica que não é possível definir a segurança por um período maior que o de 5 anos, “pois neste período de tempo podem haver fatores difíceis de prever mas que alteram o quadro, como a ocorrência de injúrias (por cupim, fungo ou abalo mecânico) ou crescimento e aumento da sessão da árvore (alargamento de parte do tronco)”.

Segundo Yojo, a contribuição da biomecânica, área que estuda a interação entre os seres vivos e as ocorrências mecânicas, para o projeto é que ela pode direcionar a pesquisa através de observações externas. Por exemplo, quando existe alargamento em apenas um trecho do tronco da árvore, a ciência indica que ali existe, internamente, uma fissura, por cupim fungo ou efeito dos ventos, para a qual a árvore está buscando compensação. A partir destes indicadores, os pesquisadores sabem onde perfurar para avaliar a resistência do tronco. A análise estrutural considera a resistência de cada tipo de madeira e a força dos ventos no local, contando também com fatores como altura da árvore, espessura do tronco e obstáculos ao vento.

Para árvores em risco moderado, existem alguns procedimentos que podem ser adotados, especialmente a poda que pode diminuir a área de contato dos ventos ou equilibrar árvores tortas. Porém a decisão de podar ou cortar as árvores com risco máximo ficam a critério da Prefeitura.

O pesquisador explica que, como o asfalto impede o acesso à raiz e é impossível saber a extensão e força destas para firmar as árvores, estas análises ainda trabalham em cima de probabilidades, baseadas num padrão de raiz definidos para cada espécie, o que não conta, contudo, com alterações circunstâncias. Porém, ele frisa que a reunião destes diversos métodos dá maior segurança quanto ao diagnóstico e que os estudos continuam sendo desenvolvidos e especializados pelos pesquisadores do instituto.

Da Assessoria de Imprensa do IPT

(R.A.)