Ambulatórios Médicos de Especialidades agilizam diagnóstico e tratamento de pacientes

Só no AME Heliópolis, na capital, são 8,5 mil consultas, 900 cirurgias e 7 mil exames por mês

qui, 01/07/2010 - 16h00 | Do Portal do Governo

Após quatro consultas oftalmológicas e um mês e meio de espera, o paraibano Pedro Juca, 70 anos, fez a tão aguardada cirurgia de catarata no olho esquerdo. Em breve, fará o procedimento no olho direito: “Aqui é mais rápido e perto de minha casa”, que fica em Mauá, na Grande São Paulo. Sua esposa, a pernambucana Eunisete Elói Juca, 57, não esconde o contentamento: “O Pedro estava ansioso e hoje chegou o grande dia! Fiquei preocupada porque ele tinha medo de ficar cego, já que a tia dele, também com catarata, perdeu a visão”.

O casal elogiou o atendimento dos médicos e profissionais da saúde, a limpeza e a organização do Ambulatório Médico de Especialidades de Heliópolis (AME) da zona sul, capital paulista. O AME Heliópolis funciona sob gestão da Organização Social da Saúde (OSS) desde dezembro de 2008. A Secretaria de Estado da Saúde injeta recursos financeiros e o Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci) responsabiliza-se pela administração.

Cerca de R$ 20 milhões foram investidos na reforma e aquisição de equipamentos. O Seconci recebe R$ 2,7 milhões mensais, empregados em metas qualitativas e quantitativas de atendimento. O foco da assistência é a investigação diagnóstica e orientação terapêutica. Por isso, conta com 25 especialidades médicas e mais de 30 exames auxiliares.

Oferecer procedimentos de pequena e média complexidade é um dos diferenciais da instituição. “Alguns AMEs disponibilizam sala cirúrgica mas não com  nossa estrutura. Se necessário, aplicamos anestesia geral, enquanto outras unidades, apenas a local”, explica o nefrologista Paulo Quintaes, gerente-executivo do AME Heliópolis. Ali, a operação é realizada nas áreas de oftalmologia, otorrinolaringologia, dermatologia, ginecologia, mastologia, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, vascular, urologia e ortopedia. O paciente, que fica internado no Hospital Dia, tem alta algumas horas depois do procedimento. 

Diferencial

As inovações não param por aí. O Ambulatório de Oftalmologia, apto a realizar consultas, exames e procedimentos simples (como de catarata, glaucoma e estrabismo) é referência no Estado de São Paulo. Somente no AME Heliópolis, o paciente tem à disposição cintilografia, exame especializado da área de Medicina Nuclear, que pesquisa metástase nos ossos, coração, tireoide, rim e em outros órgãos. Tem ainda tomografia computadorizada e ressonância magnética.

“Ecoendoscopia é uma espécie de ultrassonografia por endoscopia, aplicada para avaliar patologias no trato digestivo. A unidade oferece esse exame diferenciado, que substitui outro mais agressivo. “Só instituições privadas e poucos hospitais universitários, como a USP, dispõem esse serviço. Hoje, atendemos 40 pessoas por mês, mas temos capacidade para atender cinco vezes mais”, frisa o gerente-executivo.

Um dos serviços bastante procurado é o de odontologia para pacientes com diabete descompensada, problemas graves de fígado e rins, baixa imunidade (tomam remédio imunossuprimido), em tratamento de quimioterapia, transplantados. Como esse público tem mais risco de infecção e de sangramento, a unidade montou ambulatório odontológico com profissionais treinados especialmente para a assistência. Funciona desde maio e realiza 450 atendimentos por mês. O gerente Quintaes diz que o serviço é referência e, pela grande procura, recebe paciente até mesmo do Hospital das Clínicas (HC). 

Laudo eletrônico

Cerca de duas mil pessoas entre pacientes e acompanhantes circulam diariamente nos consultórios, áreas de exames diagnósticos e de cirurgias do AME Heliópolis, situado na divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul. Para ser atendido, o usuário agenda consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS) da prefeitura e é encaminhado para o AME, de acordo com o número de vagas.

O local é referência para as UBSs da região sudeste da cidade de São Paulo e para Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Assiste também à comunidade de Heliópolis, com 120 mil habitantes.

Para facilitar a locomoção, o usuário e familiar são transportados (ida e volta) gratuitamente do Terminal Sacomã até a unidade. A van ou o ônibus presta serviço de segunda a sexta-feira, das 6 às 22 horas. O AME Heliópolis ocupa área de 30 mil metros quadrados, sendo 16 mil metros quadrados de área construída. O jardim externo está repleto de mudas de flores – lantana, azaleia, pingo d’ouro, hibisco, manacá, margarida e jasmim.

No mesmo prédio está instalada a unidade 2 do Serviço Estadual de Diagnóstico de Imagem (Sedi). É uma estrutura de médicos radiologistas que recebem imagens de Raios X, ultrassonografia, mamografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e densitometria óssea. Os exames vêm do AME Heliópolis e dos hospitais de Vila Nova Cachoeirinha, Sapopemba, Cotia e Itapecerica da Serra. Os profissionais expedem o laudo médico, que é encaminhado eletronicamente ao local de origem no mesmo dia.

Atenção ao jovem

Adolescentes entre 10 e 19 anos, da comunidade Heliópolis, recebem atenção especial do AME. Eles se reúnem na Casa do Adolescente, onde equipe multiprofissional oferece palestras para debater sobre primeiro emprego, habitação, sexualidade, drogas, gravidez, métodos contraceptivos, vida saudável. Tem até cozinha experimental, onde o jovem aprende a cozinhar e a reaproveitar alimentos.

“A ideia é afastar o adolescente da exposição ao risco e mostrar-lhe caminhos de inclusão social”, explica Quintaes. O AME Heliópolis recebe cerca de 1,5 mil adolescentes por mês. Na equipe atuam dermatologista, ginecologista, hebiatra (médico especializado na assistência ao adolescente), psicólogo, nutricionista, assistente social, enfermeiro e auxiliares de enfermagem. Além do serviço médico, oferece também atividades educativas diariamente.

“No começo do ano participei do grupo Papo de Meninas. Achei interessante porque esclareci dúvidas sobre espinha e relacionamento”, conta Michelli Pinheiro de Souza, 14 anos, enquanto aguarda consulta odontológica.

Na Casa do Adolescente, os serviços mais procurados são o ambulatório de odontologia (1,2 mil procedimentos/mês) e de ortodontia, que produz aparelho ortóptico e realiza 300 novos atendimentos mensais. O jovem é avaliado sobre necessidade de usar aparelho e é acompanhado até a alta médica. As meninas representam 65% dos que buscam correção dentária.

A ortodontista Luciana Scaffbonotti Scardovelli informa que o aparelho é necessário para estimular o crescimento saudável do dente e evitar cirurgia e outras complicações futuras. Na rede privada, dependendo do caso, um aparelho custa entre R$ 300 e 400 e exige manutenção mensal de cerca de R$ 80 reais, no mínimo, durante um ano.

Na área estética, os serviços de odontologia e palestras sobre nutrição e saúde da pele são tão procurados que só haverá novas vagas em agosto. O psicólogo Élcio Nogueira dos Santos informa que de janeiro a abril mais de 5 mil adolescentes receberam atendimento. O profissional integra a equipe desde abril, quando criou o Espaço da Diversidade Sexual, onde os jovens se reúnem quinzenalmente para discutir homossexualidade, afetividade e auto-estima.

AME Heliópolis em números

* 900 cirurgias (com e sem anestesia) por mês
* 8,5 mil consultas por mês de diversas especialidades (cardiologia, nefrologia, endocrinologia, pneumologia, hematologia, acupuntura, neurologia, gastroenterologia, hepatologia e pediatria (nefrologia, pneumologia, endocrinologia e neurologia)
* 7 mil exames de diagnóstico por mês
* 1,2 mil procedimentos odontológicos na Casa do Adolescente, por mês
* 460 funcionários entre pessoal administrativo, equipe multidisciplinar e médicos
* 45 consultórios de atendimento
* Centro cirúrgico com seis salas
* 12 leitos de recuperação pós-anestésica
* Hospital Dia com 24 leitos

Da Agência Imprensa Oficial