Antes de participar do projeto, Sandro Eduardo Vieira, da EE Roldão Lopes de Barros, diz que raramente se dedicava à leitura de algum livro, principalmente se não tivesse ilustrações. “Agora, escolho obras com mais conteúdo”, enfatiza. A Náusea, de Sartre, e Assim Falou Zaratustra, de Nietzsche, são alguns dos exemplares que leu depois de integrar o Filosofia na Juventude.
Para o jovem, o estudo não serve apenas para a preparação de um texto acadêmico ou sua apresentação no fórum, mas para a vida cotidiana. Por meio da Filosofia, segundo ele, é possível observar as coisas de outro ângulo. O projeto também o ajudou a escrever e a “arquitetar” melhor as idéias, afirma.
Luma Mendes, da EE Silva Jardim, disse que amadureceu bastante nos dois anos em que integra o projeto. “Passei a levar mais a sério as coisas, como estudar e seguir uma carreira”, diz. Para o trabalho realizado no ano passado, por exemplo, sobre as relações de poder em Foucault, a garota leu quase toda a obra Microfísica do Poder e bom trecho de Vigiar e Punir, ambos do filósofo francês, além de parte de O Príncipe, de Maquiavel.
Até dois anos atrás, quando estava no ensino fundamental, Rodrigo Barbosa dos Santos, da EE Silva Jardim, achava que Filosofia era uma coisa chata. Participante do projeto, observa que melhorou nas outras disciplinas escolares e aprendeu a pensar, em vez de agir por impulso. O estudante leu Fedro, Banquete, entre outras obras de Platão, além de O Mundo de Sofia, do norueguês Jostein Gaarder, que funciona como novela e guia básico de Filosofia. O interesse pela leitura também expandiu, englobando a literatura, tendo lido recentemente A Relíquia, de Eça de Queiroz.
Natasha Garcia da Cunha, da EE Tito Prates da Fonseca, está no projeto há um ano. Disse que tem aprendido bastante, na escola e fora do horário de aulas. “A gente fica muito mais interessada em todas as matérias”, garante.
